5G. Um número e uma letra que é uma espécie de impressão digital desta edição do MWC. Os smartphones são a face mais visível para os consumidores mas 5G é bem mais que equipamentos. Operadores de telecomunicações, fabricantes de equipamentos de rede, fabricantes de chips, marcas de telemóveis todos levaram até Barcelona aquilo que andam a fazer em matéria da quinta geração de redes móveis. E este ano é que é, todos prometem. Para já em Barcelona já desfilaram algumas das “misses” deste concurso de beleza tecnológica. A saber: Huawei Mate X (a partir de 2299 euros), Samsung Galaxy S10 5G (preço por divulgar), Xiaomi Mi MIX3 (a partir de 599 euros), LG V50 ThinQ (preço por divulgar), ZTE Axon 10 Pro 5G (preço por divulgar).

Além dos equipamentos que chegam às mãos dos consumidores, há outra discussão a correr, mais política sobre infraestruturas. A chinesa Huawei tem estado na linha de fogo de vários países (alegadamente por a sua tecnologia 5G ser também uma arma de espionagem) mas ontem o o CEO da Vodafone, Nick Read defendeu que retirar o fabricante chinês do mercado europeu significaria um atraso de dois anos. “Seria altamente disruptivo”, afirmou o gestor. Além da Huawei, os outros dois grandes fabricantes de infraestruturas na Europa são a Nokia e a Ericsson. “Se concentrarmos o mercado em dois fabricantes, penso que será pouco saudável não apenas para nós enquanto indústria, mas também para a infraestrutura nacional nos países”. Read considerou que este é um problema sairia que “muito, muito caro” a operadores e consumidores e que afetaria sobretudo a Europa, uma vez que os Estados Unidos não têm equipamento da Huawei.

O Mate X da Huawei é uma das estrelas do Mobile World Congress, em Barcelona | Josep LAGO / AFP)[/caption]

Não é só o 5G, com a sua maior velocidade e mais baixa latência que está a mudar os smartphones. Também na forma as coisas estão a mudar e a palavra de ordem é “dobrável”. Ou Fold como são designados na origem pelos fabricantes ou dobráveis. A Samsung apresentou o seu Galaxy Fold na semana passada, mas alguma imprensa especializada, como a revista Wired, diz que a Huawei “stole the show”, o mesmo é dizer tornou-se o centro das atenções com o seu Mate X. Ambos propõe uma extensão de ecrã, mas não exatamente da mesma maneira e tudo isso tem a ver com a forma como interpretam o verbo desdobrar. Estas imagens da Wired ajudam a perceber o conceito.

Hololens 2
Alex Kipman apresenta as "HoloLens 2" no MWC | Gabriel Bouys / AFP créditos: AFP or licensors

À tecnologia e à forma falta acrescentar um tema que continua a ser um dos favoritos quando se fala dos futurismos presentes: realidade aumentada. Lembram-se das HoloLens da Microsoft em 2015? Esqueçam as Hololens da Microsoft em 2015 e ponham os olhos nas que levou a Barcelona este ano. Uma versão pensada para o mercado das empresas e para trabalhos de precisão na indústria, na construção na arquitetura e na área militar. Preço estimado: cerca de três mil euros.

À margem dos grandes lançamentos e das estrelas da indústria, Barcelona é também palco para apresentação de algumas experiências.Como a protagonizada por Edgar Pons  que se voluntariou para inserir um chip por baixo da pele.O voluntário, disse simplesmente que aceitou ter  um implante com uma identificação de radio frequência (RFID) porque isso lhe permitia abrir a porta de casa. “É super, muito útil, porque tenho uma casa inteligente”, disse. E também porque é muito fácil retirar o RFID, acrescentou. “Basta fazer um pequeno corte e pressionar”.

Em abono da estranheza (ou não) importa dizer que o chip tem o tamanho de um grão de areia e está revestido por material biocompatível. Noutra apresentação do banco espanhol Sabadell, outro voluntário mostrou experiência idêntica, desta vez para evidenciar a “facilidade” de fazer pagamentos com um chip debaixo da pele bastando passar o telemóvel por cima.