"Reconhecemos [as deficiências], não posso, não preciso, não pretendo, nem quero gastar aqui o tempo a justificar porque é que o avião avariou ontem, não. É claro para toda a gente que a nossa frota não está nas condições que nós queremos", disse Mateus Magala à comunicação social, à margem de um evento público em Maputo.

O governante moçambicano fez as declarações 10 dias depois de uma aeronave operada pela Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que realizava um voo com destino a Joanesburgo, na África do Sul, sofrer uma despressurização e regressar a Maputo, capital moçambicana, divulgou, na altura, a companhia estatal, entre outras situações.

"No caso em concreto, a tripulação tomou a decisão de retornar a Maputo, base operacional da companhia. O voo aterrou em segurança no Aeroporto Internacional de Maputo", referiu a LAM, em comunicado de 10 de novembro, acrescentando que uma passageira se sentiu mal e foi encaminhada a uma unidade hospitalar.

O ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique referiu que, além do público, as "avarias constantes" registadas na companhia de bandeira incomodam em primeiro lugar aos governantes, até porque o mandato dado aos gestores dita que façam o seu trabalho com "profissionalismo e muita efetividade".

"Os nossos gestores têm de se afinar mais para corresponder às expetativas", disse Mateus Magala, acrescentando que também é necessária uma transformação "das mentes e das atitudes".

"Os recursos financeiros e técnicos, esses são disponíveis de uma ou outra maneira, mas o que é mais precioso é a atitude, o que fazemos com esses meios. Portanto, eu creio que com essas reformas que estamos a fazer vamos encontrar um ponto de equilíbrio, um ponto de flexão", declarou Magala.

A sul-africana Fly Modern Ark (FMA) foi chamada a gerir a LAM em abril, face à situação financeira da companhia.

A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.

O pior acidente que a LAM sofreu deu-se em novembro de 2013, quando um Embraer, que fazia o trajeto Maputo-Luanda, se despenhou na Namíbia, matando todos os 33 ocupantes.

Atualmente, a rede de voos da LAM abrange 12 destinos no mercado doméstico, além de Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare e Lusaca, realizando diariamente mais de 40 voos com recurso a um Boeing 737, três Bombardier Q400, dois Bombardier CRJ 900 e dois Embraer 145 operados pela subsidiária MEX -- Moçambique Express.

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