Em entrevista à CNN Portugal, após serem conhecidas as medidas de coação, José Castelo Branco afirmou que "nunca agredi. Jamais iria agredir a pessoa que mais amo".

"Estive hoje em tribunal. O que ouvi foi uma verdadeira cabala, muito bem armada. Eu quando falo gosto de ter certezas, por isso ainda não vou dizer. Sei que o filho tem estado ao telefone com a mãe e sei que o filho proibiu visitas, não só a minha, qualquer tipo de visitas", continuou José Castelo Branco

"Quando ela foi para os cuidados intermédios, achei-a muito melhor. Fiz-lhe uma festa no nariz e dei-lhe um beijo na testa. Depois disse-lhe que tinha trazido o Frei Pedro. Ele entrou e eu fiquei fora, na conversa com uma médica", explicou Castelo Branco.

"São tantas mentiras. Os advogados que têm o meu caso só agarram em casos que sabem que são honestos. É o mesmo problema que tive com as jóias em 2003. Eu não preciso de mentir", apontou Castelo Branco.

Quanto aos relatórios médicos, Castelo Branco afirmou que "para defender a minha Betty sou capaz de agarrar um leão. Defendo-a até à morte. O que me importa é a saúde da Betty".

"Há muita história por volta, que eu não sei, mas eu não quero falar da CUF. Não me querem próximo. Desde que entrei e discuti com o primeiro médico, pois ela tinha um corte, pois tem uma pele muito sensível. Disse logo que ela precisava de sódio, conheço o corpo dela melhor do que o meu. Não quero por em causa os médicos. Estou a colocar em causa a sabedoria de 'alguns' dos médicos", explicou. "Quem é que descobriu a pneumonia dela? Fui eu. Chamei logo o enfermeiro chefe. Só depois disso é que a trataram".

Sobre as medidas de coação, José Castelo Branco afirmou que "a Betty foi ouvida pelo juiz e pelos advogados. Eles insistiram muito, tinham uma médica e uma psicóloga no ouvido. A única coisa que ela disse foi: "empurrou-me". Depois disse, 'não quero falar mais' e disse que "o meu filho não gosta de mim". Depois começou a chorar. Eles fizeram tudo para me afastar. Eu não sei qual foi a violência doméstica".

"Vou estar ao lado da minha mulher agora, eu dou sempre a minha cabeça", quando questionado sobre se voltaria para os Estados Unidos da América, afirmando que só o faria quando "Betty estivesse melhor".

O Ministério Público (MP) já tinha confirmado a investigação sobre alegados crimes de violência doméstica contra Betty Grafstein por parte do marido que acabou por ser detido ontem pela GNR, tendo hoje sido ouvido no Tribunal de Sintra pelo juiz de instrução Criminal, Pedro Brito.

José Castelo Branco acabou por sair em liberdade, após ter passado a última noite no Posto da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Alcabideche, depois de um primeiro interrogatório ter sido adiado por causa da greve dos funcionários judiciais.

Apesar da liberdade, José Castelo Branco está proibido de "contactos por qualquer meio com a vítima", a sua mulher Betty Grafstein, proibido de "permanecer, no estabelecimento hospitalar em que a mesma se encontre e proibição de permanecer na residência que a vítima vier a ocupar quando tiver alta hospitalar ou de dela se aproximar, a menos de um quilómetro, com recurso a meios técnicos de controlo à distância" - botão de pânico.

Esta sexta-feira a Procuradoria Geral de República (PGR) já tinha confirmado a recepção de uma denúncia: “confirma-se a receção da denúncia aludida. A mesma deu origem a inquérito que se encontra em investigação na Secção Integrada de Violência Doméstica de Sintra, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa”, referiu a PGR, em resposta a questões da agência Lusa.

Grafstein foi internada há duas semanas com uma fratura no fémur e ferimentos no braço esquerdo. No hospital, Grafstein acabou por contar aos profissionais de saúde os incidentes. A empresário foi hoje transferida para a unidade de cuidados intensivos da CUF Tejo, em Lisboa, devido ao agravamento do seu estado de saúde.