“Vamos fazer o nosso melhor para evitar um conflito militar” que pode levar a “uma guerra severa, especialmente para as pessoas que vão sofrer”, disse Scholz numa conferência de imprensa no final da cimeira da União Europeia (UE) e da União Africana que terminou hoje em Bruxelas.

“Temos de levar a situação muito a sério, é uma realidade dramática”, disse o chefe do Governo da Alemanha, salientando que “seria ingénuo ignorar o que se pode testemunhar agora”, em relação a “um destacamento militar maciço em torno da fronteira ucraniana”.

Questionado sobre a sua interpretação da carta enviada pelo Kremlin aos Estados Unidos, assegurando que a Rússia seria forçada a levar a cabo ações “militares-técnicas” se Washington não se dispuser a negociar as suas exigências de segurança na Europa, Scholz disse que é “uma descrição de algo que não é mais do que uma agressão militar”.

“Não temos de fazer parecer que se trata de uma mensagem inofensiva”, acrescentou.

Scholz frisou, contudo, que continua a apostar na via diplomática para reduzir a tensão com a Rússia e, ao mesmo tempo, reiterou que tanto a UE como os seus parceiros ocidentais estão dispostos a sancionar Moscovo se invadir a Ucrânia.

O chanceler alemão participará ainda hoje numa reunião por vídeo com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que contará também com a presença de outros chefes de Governo, como o do Canadá, Justin Trudeau, o de França, Emmanuel Macron, o de Itália, Mario Draghi, e o do Reino Unido, Boris Johnson.

Também estarão presentes os presidentes da Polónia, Andrzej Duda, e da Roménia, Klaus Iohannis, os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, bem como o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Essa reunião à distância decorre no mesmo dia em que começou a Conferência de Segurança de Munique (Alemanha), em que a Rússia não se fez representar, facto que Scholz evitou avaliar.