A condenação do Alto Representante para a Política Externa da UE surgiu através de uma mensagem divulgada na rede social X e após Telavive ter ordenado aos civis que estão em Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza, para se deslocarem para “zonas humanitárias”.

Borrell apelou a Israel para que desista da ofensiva terrestre anunciada para Rafah e que aplique a resolução 2728 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que salienta a necessidade urgente de alargar o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção dos civis em toda a Faixa de Gaza e que expressa uma grande preocupação com a situação humanitária catastrófica que enfrenta o enclave palestiniano.

A ONU estimou que cerca de 1,2 milhões de pessoas, a maior parte delas deslocadas pelos combates, estão na cidade de Rafah, contra a qual Israel insiste há meses que tenciona levar a cabo uma ofensiva militar de grande envergadura.

O exército israelita garantiu que a operação de retirada dos habitantes da parte oriental da cidade de Rafah era temporária e “de âmbito limitado”.

“Iniciámos uma operação de escala limitada para retirar temporariamente as pessoas que vivem na parte oriental de Rafah”, disse um porta-voz do exército numa conferência de imprensa, repetindo: “Esta é uma operação de escala limitada”.

A 07 de outubro de 2023, um ataque do Hamas no sul de Israel causou perto de 1.200 mortos, na maioria civis. O movimento islamita palestiniano fez mais de 250 reféns, dos quais 128 permanecem em cativeiro em Gaza e 35 terão morrido, de acordo com dados israelitas.

Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma vasta ofensiva na Faixa de Gaza, que já causou cerca de 35 mil mortos, na maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

O Hamas é considerado uma organização terrorista por vários países e organizações, incluindo Israel, Estados Unidos e UE.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.