O Pinterest confirmou nesta segunda-feira (25) à AFP o que o Wall Street Journal já havia revelado na semana passada: a rede social mudou de política no ano passado, sem anunciar, e desde então tem vindo a censurar alguns resultados das buscas, relacionados com conteúdos anti-vacinas.

"Queremos que o Pinterest inspire as pessoas, e não há nada menos inspirador do que a desinformação. Por isso seguimos à procurar de novas formas de impedir que apareçam conteúdos enganosos na nossa plataforma ou nas nossas recomendações", disse um porta-voz da empresa

O Pinterest confirmou que no ano passado começou a bloquear resultados de busca sobre vacinas e tratamentos não aprovados contra o cancro, assim como contas, e que suprimiu "pins" com conteúdos que violavam as suas regras sobre a desinformação médica.

Já YouTube anunciou na sexta-feira que as regras da plataforma não permitiam publicidade em vídeos que promovam mensagens anti-vacinas, ou seja, efetivamente impedindo que estes conteúdos possam obter lucros através do seu sistema de monetização.

Nos Estados Unidos, e também noutros outros países, as grandes plataformas digitais foram acusadas de deixar proliferar o movimento anti-vacinas.

Vários focos de sarampo surgiram nos Estados Unidos desde o início do ano, chegando a 159 pessoas, na sua maioria crianças não vacinadas.

Segundo as autoridades de saúde americanas, a percentagem de crianças de dois anos sem vacinas passou de 0,9% dos nascidos em 2011 a 1,3% dos nascidos em 2015.

Deste lado do Atlântico, o caso não se afigura melhor: o sarampo causou a morte de 72 pessoas na Europa em 2018, sendo que o número de infetados nesse ano é o maior da década, segundo um comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em Portugal, o sarampo também vindo a ganhar expressão, exemplos os 37 casos da doença confirmados de 8 de novembro de 2018 a 4 de janeiro deste ano, na região de Lisboa e Vale do Tejo e na Madeira, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS). Desses casos, sete foram detetados em crianças.

Perante a ameaça da proliferação de mais casos e os riscos de importação da doença, a DGS apela para a importância da vacinação.