"Este ano, os Estados Unidos poderiam intensificar a campanha contra a Huawei, mas não penso que o impacto sobre as nossas atividades seja demasiado importante [...]. Para 2020, nós estamos seguros da nossa sobrevivência, mesmo perante novos ataques", afirmou o responsável perante chefes e líderes políticos reunidos no Fórum Económico Mundial (WEF) em Davos, Suíça.

Em 2019, "de um modo geral, superamos os desafios" levantados pelas pressões americanas, insistiu Ren, considerando que "os Estados Unidos não deveriam estar demasiado preocupados com a Huawei".

A Huawei está no centro de um braço de ferro entre Pequim e Washington, que teme que o equipamento seja usado para espionagem, acusações fortemente refutadas pelo grupo.

O governo de Trump proibiu nomeadamente as empresas americanas de venderem equipamentos para a Huawei, e Washington está a pressionar os aliados ocidentais para proibirem também a gigante chinesa de se encarregar das obras das suas futuras redes 5G.

A Huawei, que também está fora do acesso ao sistema operacional Android do Google para os seus 'smartphones', disse no final de dezembro que prevê uma faturação abaixo do previsto para 2019 e iria fazer da sua "sobrevivência" uma prioridade em 2020.

Questionado sobre os riscos de uma "guerra fria tecnológica" que divida o mundo em dois blocos, Ren Zhengfei garantiu hoje "não acreditar", referindo que "a ciência é baseada na verdade, que é única", pedindo para que as duas potências permaneçam "conectadas".

"Os Estados Unidos estão preocupados. Eles estavam habituados a ser o número um no mundo e, se [outro país] se tornar melhor, pode ser desconfortável" para eles, observou o ex-engenheiro do Exército de Libertação Popular, que fundou a Huawei em 1987.

Ren Zhengfei falava em Davos apenas algumas horas após o início de uma comparência da sua filha Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, num tribunal de Vancouver, responsável por determinar se vai ser extraditada para os Estados Unidos.

Meng foi presa pelas autoridades canadianas em dezembro de 2018, a pedido de Washington, que a acusa de ter contornado as sanções americanas contra o Irão e quer julgá-la por fraude.

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