Uma exposição sobre inteligência artificial que apresenta arte produzida através de algoritmos é um dos destaques da programação do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em Évora, até ao final deste ano.

Intitulada “Unreliable Memories” ("Memórias não confiáveis", em português), a mostra, da autoria do artista e teórico Lev Manovich, com curadoria do diretor artístico do Centro de Arte e Cultura, José Alberto Ferreira, é inaugurada no dia 18 de novembro.

O autor dedica-se “especialmente ao tema da inteligência artificial” e, nesta exposição, “vamos poder ver arte feita com algoritmos”, revela à agência Lusa a secretária-geral da FEA, Maria do Céu Ramos.

Com a mostra, realça a responsável, o Centro de Arte e Cultura (CAC) e a fundação vão estar “no epicentro dos debates culturais e societais” da atualidade e é “uma prova” de que a instituição “está alinhada com a contemporaneidade”.

Maria do Céu Ramos considera que “não há tema mais candente na sociedade do que o da inteligência artificial”, lembrando “os que a temem, os que a apoiam e os que pensam que se justifica um ‘stop and go’”.

“E é esse o sentido da arte contemporânea. É mostrar o belo, mostrar o objeto artístico que antecipa a realidade ou que a retrata, mas também que nos questiona sobre os grandes desafios do pensamento e da vida”, assinala.

Segundo a secretária-geral da FEA, o programa da exposição também vai incluir uma conferência sobre o tema.

Na exposição, de acordo com a fundação, Lev Manovich apresenta um novo conjunto de trabalhos desenvolvidos propositalmente para esta mostra e uma série inédita de desenhos e gravuras criados por si entre 1981 e 1990.

Ao longo da carreira, Manovich explorou o impacto das novas tecnologias nas artes visuais, escreveu livros e artigos sobre o tema e criou projetos de arte que foram exibidos em 120 exposições em todo o mundo.

O CAC vai acolher igualmente, a partir de 30 de setembro deste ano, a exposição individual “Aparato”, com trabalhos do artista emergente Rui Macedo, natural de Évora, também com curadoria de José Alberto Ferreira.

“‘Aparato’ é uma proposta artística exclusivamente baseada na pintura como disciplina exploratória das linguagens da representação visual”, pode ler-se na sinopse da exposição.