Investir em startups é um risco, mas Ashton Kutcher não teve medo. Além da sua carreira como ator, tem vindo a investir em alguns projetos. Ao início não compensa — é o próprio que o diz: levou alguns anos para que o dinheiro investido valesse a pena.

No contexto da City Summit — uma experiência de aceleração “socialmente consciente” —, Alan Taylor, da Entrepeneur Radio, entrevistou o ator. O arranque da conversa traz valores: Ashton Kutcher transformou 50 milhões de dólares em 250 milhões, e tudo isto com investimentos. “Comecei a investir há cerca de dez anos. Investi o meu próprio capital, mas demora sempre algum tempo a ter lucro. Depois comecei, com o [Guy] Oseary, a A-Grade Investments, o nosso primeiro fundo de investimentos”. Desde 2010, esta venture capital já investiu em projetos como o Spotify, Uber, Shazam, Airbnb, entre outros.

Contudo, os investimentos não ficaram por aqui. “Agora temos também a Sound. Estamos à procura de empreendedores, de quem construa coisas que realmente importem no mundo. Queremos apoiá-los e ajudá-los a construir algo que promova a mudança”.

E há sempre algo a dizer a quem se quer aventurar em novos projetos. “Acho que toda a gente é empreendedora. Toda a gente tem uma ideia para uma empresa que pode começar”, refere Kutcher. Todavia, alerta, se “queres construir algo único, difícil de replicar, não interessa o que vais fazer, há sempre alguém que vai querer o mesmo negócio para fazer dinheiro e vai tentar fazer o mesmo. Há muitas pessoas por aí; é competição”.

Mas empreendedorismo não é a única palavra de ordem de Kutcher, que se diz um filantropo. “A filantropia orienta todas as minhas escolhas de negócio”. Prova disso é a fundação Thorn, que pretende ajudar a impedir a disseminação de conteúdos de abuso sexual infantil e de tráfico de crianças. “Queremos criar um mundo em que cada criança possa ser apenas uma criança”, refere. Afinal, “se no fim do dia não fizeres o bem, o que estás a fazer?”.

Com isto, a mensagem que Ashton Kutcher quer passar é clara: cada pessoa, ao pensar um negócio, pode e deve, além de ser empreendedora, ser sensível a quem a rodeia e aos problemas que o mundo enfrenta.


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