Os manifestantes tomaram as ruas em zonas do centro e do norte da Caxemira, exigindo uma punição severa para o agressor.

O crime terá ocorrido a 8 de maio, no distrito de Bandipora, disse um porta-voz da polícia indiana à agência de notícias espanhola Efe.

Os vizinhos do acusado disseram à Efe que o homem é um mecânico de 20 anos, que mora perto da família da criança e terá atacado a rapariga numa casa de banho de uma escola próxima.

A criança foi internada num hospital logo após o ataque numa condição delicada e está agora estável e fora de perigo, confirmou à Efe outra fonte policial.

Além da punição do suposto violador, os manifestantes solicitaram uma ação legal contra o diretor de uma escola que alegadamente tentou proteger o acusado ao emitir um certificado declarando-o menor.

O diretor da escola em questão está a ser interrogado pelos agentes da polícia e, se for comprovada a falsificação do documento, o homem “vai certamente ser punido”, disse o diretor-geral da Polícia da Caxemira, Munir Khan, disse.

Estudantes de várias universidades e escolas de ensino médio no norte da Caxemira também realizaram protestos para expressar sua indignação contra a violação.

Lojas e estabelecimentos comerciais fecharam as suas portas em Srinagar, a capital de verão da Caxemira indiana, e alguns manifestantes sofreram ferimentos leves depois de as forças de segurança tentarem conter as manifestações.

A Caxemira indiana testemunhou no ano passado numerosos protestos, que se espalharam por todo o país, depois de oito homens da região terem alegadamente violado por vários dias e assassinado uma menina de 8 anos de uma família de pastores nómadas.

O governo indiano reagiu, então, endurecendo as sentenças em resposta à indignação da população neste caso.

A Índia já tinha reforçado as suas leis contra crimes sexuais em 2012, após a violação em grupo de uma jovem que morreu após semanas de agonia, em outro caso que chocou o país, mas não tem havido uma redução no número de casos.

Segundo dados do Governo indiano, existem mais de 100 mil casos de violação pendentes de resolução na justiça.