Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average recuou 1,12% e o S&P500 perdeu 0,48%, o que o coloca na situação designada de correção, relativa a um nível inferior em pelo menos 10% ao seu anterior máximo.

Pelo contrário, o tecnológico Nasdaq fechou positivo, com um ganho de 0,38%, a beneficiar designadamente dos bons resultados apresentados na véspera pela Amazon, que acabou com uma valorização de 6,83%.

Depois de estarem em baixa ao longo de toda a semana, o Dow e o S&P500 registaram mesmo a segunda perda semanal consecutiva, mas o Nasdaq apresenta um registo pior, com três semanas consecutivas em perda.

"Os vendedores dominam. Os investidores estão à espera de um elemento catalisador para inverter a tendência, o que pode vir da Fed", previu Adam Sarhan, analista da 50 Park Investments, ao evocar a reunião do comité de política monetária da Fed (FOMC, na sigla em Inglês).

Uma decisão sobre a taxa de juro de referência da Fed é esperada para quarta-feira, com os investidores a esperarem quase que por unanimidade a manutenção do seu valor, mas a aguardarem as indicações que o presidente da Fed, Jerome Powell, vai dar durante a conferência de imprensa posterior.

"Já vimos isto: o mercado que baixa antes de uma reunião da Fed", acrescentou Adam Sarhan. "É uma maneira de dizer à Fed 'parem de subir a taxa' e 'deem-nos um intervalo'", prosseguiu.

A situação geopolítica no Médio Oriente também pesou na contenção dos investidores na véspera de um fim de semana.

Os EUA atacaram hoje duas instalações utilizadas pelos Guardas da Revolução iranianos e "grupos filiados" no leste da Síria e, também hoje, os norte-americanos abateram um drone no Iraque, perto de uma das bases militares que albergam algumas das suas tropas no país.

Na frente económica, a evolução dos preços em setembro nos EUA, medida pelo índice PCE, foi de 3,4% em termos anuais e 0,4% em termos mensais, tal como em agosto, mas acima do previsto.

"Isto reflete o caráter resistente da inflação dos preços dos serviços (fora a energia), que é ainda demasiado forte para se dirigir para a meta dos dois por cento pretendida pela Fed", comentou Michael Pearce, analista da Oxford Economics.

RN // RBF

Lusa/fim