Num comunicado, citado pela Efe, a entidade revelou que forneceu "mais de 44.000 garrafas de água potável" através do comboio de 20 camiões organizado pelo Crescente Vermelho egípcio, a Organização Mundial da Saúde e o Programa Alimentar Mundial, embora tenha especificado que esta quantidade é apenas "suficiente para 22.000 pessoas por um dia".

Segundo a constatou a Efe no local, apenas dois dos 20 camiões que entraram hoje em Gaza transportavam carregamentos de água.

"Com um milhão de crianças em Gaza a enfrentar agora uma crise humanitária e de proteção crítica, o abastecimento de água é uma questão de vida ou morte. Cada minuto conta", disse a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, em comunicado.

Na nota, a organização alertou para a necessidade urgente de fornecer "não só água, mas também alimentos, combustível, medicamentos e bens e serviços essenciais" para 1,4 milhões de pessoas, quase dois terços dos 2,2 milhões que vivem em Gaza, deslocados pelos ataques de Israel ao enclave palestiniano desde 7 de outubro.

"Grande parte da infraestrutura de Gaza, incluindo sistemas críticos de água e saneamento, foi reduzida a escombros em quase duas semanas de escalada de violência", disse a UNICEF, observando que "a capacidade de produção de água está em 5% dos níveis normais, e os quase 2,3 milhões de habitantes de Gaza agora sobrevivem com 3 litros de água por pessoa por dia".

A UNICEF disse ter preparado mantimentos de emergência adicionais para até 250.000 pessoas no posto fronteiriço de Rafah, que podem ser colocados em Gaza "numa questão de horas", apesar de a travessia ter sido fechada depois dos 20 camiões terem passado com ajuda humanitária.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

ALN // MSF

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