"Hoje tudo está caro. Se anualmente tivessem atualizado [o tarifário] por 50 escudos cabo-verdianos (45 cêntimos de euro), estávamos melhor", referiu hoje à Lusa, em crioulo, Adalberto Silva, presidente da Associação de Taxistas da ilha do Sal.

Os taxistas entregaram uma proposta ao município, em abril, que prevê um aumento de 50% para a habitual corrida de 16 quilómetros entre o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral e a cidade de Santa Maria, junto à qual se concentram as principais cadeias hoteleiras internacionais.

"São 1.000 escudos (9,10 euros) que estão no tarifário e estamos a pedir mais 500 (4,55 euros)", explicou, "mas até agora não levaram a proposta à Assembleia Municipal para ser aprovada. Desde 2007 que os tarifários não são atualizados", frisou.

Alguns taxistas contornam o problema, cobrando valores acima da tabela.

"Os clientes cabo-verdianos recusam-se a pagar, mas os estrangeiros não", referiu Adalberto Silva.

Por outro lado, as ???????estradas estão esburacadas e, além de cobrir a subida de preço dos combustíveis e outros custos, a atualização serviria para colmatar despesas com os estragos que as vias causam, defendeu.

Os problemas passam também pela imagem dos taxistas na ilha que recebe mais de metade dos turistas de Cabo Verde.

"Tenho reparado que alguns estão a andar de 'shorts' (calças 'jeans', curtas) e chinelos. Causam má impressão. Há um abandono por parte das autoridades" da fiscalização da conduta dos condutores, incluindo a indumentária, frisou.

O turismo representa 25% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde e, em 2022, o país recebeu cerca de 800 mil visitantes, recuperando do total encerramento do setor provocado pela pandemia da covid-19.

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