O FSS justificou os ganhos "com a recuperação da confiança dos mercados financeiros e (...) dos mercados de ações e obrigações globais", de acordo com um comunicado.

O relatório anual da instituição tinha indicado que o fundo perdeu 7,7 mil milhões de patacas (882,7 milhões de euros) em investimentos financeiros em 2022.

O FSS sublinhou que, apesar do resultado negativo do ano passado, os investimentos financeiros garantiram um retorno acumulado de cerca de 15,6 mil milhões (1,8 mil milhões de euros) nos últimos cinco anos.

A instituição acrescentou que os ativos totais atingiram quase 90 mil milhões de patacas (10,3 mil milhões de euros) no final de junho, um aumento em comparação com o valor de 86,6 mil milhões de patacas (9,9 mil milhões de euros) registado no final de 2022.

O fundo prometeu "garantir a solidez financeira e permitir o seu desenvolvimento sustentável a longo prazo".

Devido às perdas em investimentos financeiros, as despesas totais do FSS ficaram perto de 14 mil milhões de patacas (1,6 mil milhões de euros) em 2022, mais 114,9% do que no ano anterior.

Também as receitas caíram 71,2% em comparação com 2021, fixando-se em 2,8 mil milhões de patacas (323 milhões de euros).

Deste valor, 11,4% veio das contribuições dos trabalhadores, atualmente fixada em 90 patacas (10,3 euros) por mês, e 13,4% da taxa que as empresas pagam para contratar pessoal do exterior.

No final de contas, o FSS registou um défice de 11,1 mil milhões de patacas (1,3 mil milhões de euros) no ano passado, o pior resultado desde a transição de administração de Macau, de Portugal para a China, em 1999.

Em junho de 2019, antes da pandemia da covid-19, o Governo implementou uma lei que garante a transferência de 3% do saldo do orçamento do território para o FSS, para responder à pressão do envelhecimento acelerado da população.

No relatório, o fundo indicou que em 2022 havia quase 137.500 residentes de Macau a receber a pensão para idosos, atualmente fixada em 3.740 patacas por mês (429 euros), mais 8.200 do que no ano anterior.

De acordo com uma projeção da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau, divulgada em fevereiro, o número de idosos deverá, pela primeira vez e já este ano, ser superior ao número de jovens.

A DSEC prevê que os residentes com 65 anos ou mais passem de 83.200 pessoas em 2021 para 164.400 em 2041, ou seja, de 12,2% para 20,9%, um aumento que tornaria Macau num dos territórios mais envelhecidos do mundo.

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