De acordo com o balanço económico e social da execução do Orçamento do Estado de janeiro a junho, do Ministério da Economia e Finanças, este desempenho corresponde a 47,2% de todas as despesas do Estado previstas para este ano, avaliadas em quase 316.919 milhões de meticais (4.540 milhões de euros).

A maior rubrica prende-se com as despesas com pessoal, que cresceram 6,8% no primeiro semestre face ao período homólogo de 2022, para quase 92.174 milhões de meticais (1.361 milhões de euros), representando 49,8% do total orçamentado para os 12 meses.

Em concreto, os salários e remunerações representaram em seis meses um aumento de despesa pública de 8,2% face ao primeiro semestre de 2022, para quase 89.282 milhões de meticais (1.319 milhões de euros), equivalente a 50,5% do orçamentado para todo o ano.

O FMI considerou em 14 de julho que o Governo moçambicano deve "reduzir a massa salarial" ao nível dos países da região, para poder investir nas áreas prioritárias, como no combate à insegurança alimentar e à pobreza.

O Estado moçambicano espera reduzir em 500 milhões de meticais (cerca de 7,2 milhões de euros) a massa salarial da função pública com as correções a efetuar após auditorias feitas até julho.

"Cerca de 500 milhões de meticais: vai ser a redução decorrente do impacto das auditorias, pelas correções que vão ser feitas", disse em junho o inspetor-geral de Finanças, Emanuel Mabumo, em conferência de imprensa, em Maputo.

As auditorias fazem parte das medidas anunciadas no início do ano pelo Governo para conter o crescimento da massa salarial com a implementação da Taxa Salarial Única (TSU), contestada nomeadamente pelos médicos, que chegaram a avançar para uma greve nacional, entretanto suspensa.

As averiguações às contas abrangem 374 mil funcionários do Estado de todas as áreas.

Na altura tinham sido já analisados quase metade dos casos e foram detetadas inconformidades em 20%, referiu o inspetor-geral.

Aquele responsável prevê que "esta média se mantenha" até ao final das auditorias, o que permite avançar com a estimativa de 500 milhões de meticais de correção mensal.

A TSU foi aprovada em 2022 por forma a eliminar assimetrias e manter a massa salarial do Estado sob controle a médio prazo, mas o arranque fez disparar os salários em cerca de 36%, de 11,6 mil milhões de meticais/mês (169 milhões de euros/mês) para 15,8 mil milhões de meticais/mês (231 milhões de euros/mês).

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