"A única maneira de resolver este problema de forma justa e para sempre é com a realização de uma conferência internacional, na qual devem participar, claro, todos os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU [Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido]", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov.

O ministro russo sublinhou que a conferência deverá contar também com os países da Liga dos Estados Árabes, da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) e do Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo (CCG), segundo noticiou a agência de notícias russa TASS.

"Claro que uma organização como a ONU deve desempenhar um papel de liderança na convocação de uma reunião deste tipo. Espero que o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] consiga lançar esta iniciativa", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

Lavrov também afirmou que a estagnação do conflito e o não cumprimento dos compromissos estabelecidos em 1948 para a criação de um Estado palestiniano "alimentam sentimentos terroristas e extremistas muito sérios".

O ministro russo acrescentou que "em última análise, permite que os terroristas usem o desencanto entre os palestinianos e outras populações árabes para recrutar mais membros para a luta armada e a criação de estruturas terroristas em suas fileiras".

O apelo de Lavrov surge um dia depois de a Assembleia Geral da ONU ter aprovado uma nova resolução apelando a um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Este pedido da Rússia também acontece dias depois de os Estados Unidos terem vetado um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo em Gaza.

O exército de Israel lançou uma ofensiva militar contra o enclave palestiniano após os ataques realizados pelo grupo islamita Hamas em 07 de outubro e que deixaram quase 1.200 mortos e cerca de 240 raptados, segundo as autoridades israelitas.

As autoridades da Faixa de Gaza, controladas pelo grupo islamita palestiniano, registaram até agora mais de 18.400 mortes e 50.000 feridos.

CSR // APN

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