Hoje, décimo quarto dia de guerra, as Nações Unidas prepararam a passagem para Gaza da ajuda internacional esperada pelos civis palestinianos de Gaza, que se encontram cercado pelas forças israelitas na sequência do ataque de grande envergadura do movimento islamita Hamas do passado dia 07 de outubro.

Camiões com milhares de toneladas de ajuda humanitária esperam em Rafah, a sul, para entrar no enclave palestiniano, mas a ajuda humanitária internacional não chegará à Faixa de Gaza antes de sábado, avançou hoje o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths.

As equipas de voluntários que incluem médicos, enfermeiros e civis que se juntam aos serviços de ambulâncias na cidade de Sderot continuam a chegar de Jerusalém e de Telavive colaborando, neste caso, com as equipas de emergência.

"Sou professora de matemática e vivo em Jerusalém, mas vim para aqui ajudar no que for preciso", disse à Lusa uma jovem israelita sentada ao lado de duas militares que integram a unidade de segurança do perímetro onde está concentrado o serviço de ambulâncias no centro da cidade.

As estradas encontram-se vigiadas pelas unidades especiais de polícia, mas o trânsito das viaturas civis é autorizado nos arredores das zonas industriais de Askhelon, Ashdod junto ao mar - a norte de Gaza - onde foram posicionados os blindados de Israel.

A leste da Faixa de Gaza, nas vias que conduzem pelo deserto do Negueve até ao sul ou em direção ao Mar Morto são frequentes as passagens de veículos militares de transporte de tropas e camiões cisterna das Forças Armadas.

Paralelamente, a Autoridade Nacional de Gestão de Emergências (NEMA) do Ministério da Defesa e as Forças Armadas de Israel anunciaram a evacuação da cidade de Kiryat Shmona, no norte do país, para zonas de habitação subsidiadas pelo Estado.

De acordo com o Governo israelita, a implementação do programa de retirada de civis da cidade perto da fronteira com o Líbano foi coordenada pelo Ministério da Defesa.

O movimento islâmico Hamas desencadeou no dia 07 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa".

Após o ataque, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada "Espadas de Ferro". O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas, classificado como movimento terrorista por Israel, Estados Unidos, UE, entre outros.

Desde o início do conflito com Israel já se registaram milhares de mortos e feridos em ambos os territórios.

*** Pedro Sousa Pereira, da agência Lusa ***

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