O encontro também ocorreu pouco dias depois de Kadirov ter divulgado um vídeo a mostrar o filho Adam, de 15 anos, a espancar um suspeito de queimar o Alcorão que está detido numa prisão da Chechénia.

Durante o encontro no Kremlin, sede da presidência em Moscovo, Kadirov disse que as tropas chechenas estavam a mostrar bons resultados na "operação militar especial", o eufemismo de Moscovo para a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Kadirov afirmou que os combatentes chechenos "estão bem dispostos" e que "todos os dias fazem prisioneiros e destroem equipamento" dos militares ucranianos.

"Nenhum tanque Abrams nos assusta", afirmou, aludindo aos tanques que os Estados Unidos anunciaram que vão fornecer à Ucrânia.

Kadirov disse que "todo o povo apoia" Putin na Chechénia e garantiu o empenho checheno nas operações em curso na Ucrânia, de acordo com um comunicado do Kremlin, citado pela agência espanhola Europa Press.

Putin transmitiu a Kadyrov os "melhores votos" para os combatentes chechenos na Ucrânia, que integram o Distrito Militar do Norte.

"Sei que lida pessoalmente com problemas a toda a hora, incluindo o apoio às famílias dos nossos rapazes que lutam na linha da frente, lutando com confiança, bem, com coragem e heroísmo", afirmou.

Em resposta, Kadirov prometeu cumprir "a 100 por cento" a ordem de vencer a guerra em curso na Ucrânia.

"Se não cumprirmos a vossa ordem, isso significa que não viveremos neste Estado", acrescentou, segundo a agência espanhola EFE.

Nas últimas semanas, a imprensa ucraniana noticiou que o líder checheno poderia estar em coma devido a problemas de saúde de longa data.

Kadirov está a ser criticado em meios de comunicação social independentes e nas redes sociais pelo vídeo do filho a espancar um detido.

Em reação, o líder checheno considerou que o filho "fez o que estava certo".

"Sem exagero, sim, estou orgulhoso da ação de Adam", disse Kadirov.

"Ele sempre se distinguiu por um desejo de crescer não entre os seus pares, mas entre os mais velhos, formando assim ideais adultos de honra, dignidade e defesa da sua religião. Respeito a sua escolha", acrescentou.

O espancamento do detido não suscitou qualquer medida ou sequer comentários das autoridades em Moscovo, incluindo o Comité de Investigação Russo, o Procurador-Geral ou o Ministério do Interior.

Apenas a Comissária para os Direitos Humanos, Tatiana Moskalkova, afirmou que durante uma investigação em que o detido se encontra em prisão preventiva "as regras estabelecidas pela lei devem ser respeitadas", segundo a EFE.

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