No texto do projeto de voto, o Bloco de Esquerda refere que a polícia reprimiu uma manifestação em várias cidades angolanas "contra a subida dos preços dos combustíveis, o ataque à venda ambulante e a nova lei sobre as organizações não-governamentais".

"A polícia reprimiu a manifestação de Luanda e de outras cidades angolanas, tendo inclusivamente detido ativistas, entre os quais dirigentes políticos que solidariamente participavam nesta manifestação cívica. O Comando Geral da Polícia Nacional reconheceu a detenção de 32 manifestantes em Luanda e de 55 em Benguela", indica o projeto de voto.

Para o BE, "estes episódios de repressão não são um caso isolado".

"Os organizadores das manifestações de 17 de junho, através de comunicado datado de 19 de junho, falam em 'repressão quase generalizada -- exceção honrosa para as polícias da Huíla, Kwanza Norte, Kwanza Sul, Malanje, Moxico e Namibe - das manifestações', argumentam que esta repressão 'não resultou de atitudes ilegais dos manifestantes, mas da dificuldade das instituições em respeitar o direito dos cidadãos a exprimir opiniões críticas'".

O Bloco propunha que a Assembleia da República manifestasse a sua condenação da repressão sobre as manifestações de 17 de junho em Angola, mas a iniciativa foi chumbada pelo PS, PSD e Chega. Votaram a favor o BE e a Iniciativa Liberal, tendo o PCP estado ausente.

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