"África está muito atrás nas trocas comerciais entre os países do mesmo continente. Se formos à Europa são mais de 70%. Quer dizer que há um grande potencial de desenvolvimento para as trocas entre os países do nosso continente", disse Ruto, no fórum de negócios entre Moçambique e Quénia, em Maputo, durante a visita de Estado que realiza ao país.

Para tal deu o exemplo de acordos tripartidos para facilitar trocas comerciais entre países africanos ou instrumentos já disponíveis, nomeadamente através do Afreximbank, banco africano que fomenta importações e exportações, "sem preocupações" sobre a moeda utilizada nesses negócios.

"Podermos trocar em moeda local", apelou, perante uma plateia com empresários moçambicanos e quenianos, defendendo que os governos e bancos centrais devem incentivar este processo.

"Temos 1.400 milhões de pessoas no continente, qualquer parceiro de negócios sabe o que isso significa", apontou, reconhecendo a importância da integração regional de todo o continente. "Sermos um único bloco", apelou.

O Presidente moçambicano, no mesmo fórum, sublinhou igualmente que o potencial das trocas comerciais entre os países africanos "continua por explorar".

Como exemplo deu o investimento dos empresários do Quénia em Moçambique, essencialmente em setores como agricultura, indústria e turismo, que ascendeu a pouco mais de 77 milhões de dólares (70,1 milhões de euros) de 2017 a 2021, em 13 projetos de investimento, envolvendo a criação de 660 empregos.

Nas trocas comercias entre os dois países reconheceu que a balança comercial foi positiva para Moçambique nos últimos cinco anos, totalizando exportações no valor de 110 milhões de dólares (100,2 milhões de euros), com potencial para aumentar.

"Esta realidade atesta a oportunidade para o incremento das trocas comerciais com resultados imediatos no Produto Interno Bruto, no emprego e na diversificação económica nos nossos países", disse o Presidente moçambicano.

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