"Torna-se assim urgente que cada vez mais mulheres sejam formadas e capacitadas para que adquiram competências que lhes permitam fazer escolhas livres, responsáveis e informadas", afirmou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante a abertura da Sétima Conferência Nacional sobre Mulher e Género, subordinada ao tema Empoderando da Mulher para o Alcance da Igualdade de Género.

As mulheres devem ser formadas com "competências que as permitam igualmente acederem aos recursos produtivos, em pé de igualdade com o homem", acrescentou.

As trabalhadoras que estão no mercado laboral, prosseguiu, estão arredadas de empregos de qualidade, ganham pouco e são colocadas numa posição de menor produtividade.

O Presidente da República apelou ao país para refletir sobre os fatores que mantém muitas raparigas fora da escola, da prevalência da violência e discriminação contra a mulher e da exclusão do acesso à terra e à economia.

"Que sejam definidas ações prioritárias nos domínios político, económico, social, cultural e da cidadania" destinadas a mais avanços na redução dos desequilíbrios entre mulheres e homens.

Apesar de reconhecer a persistência de desafios no equilíbrio de género, Filipe Nyusi enfatizou que não se trata de "propaganda" que Moçambique é um dos poucos países no mundo em que o número de mulheres no Governo iguala o dos homens.

O país também progrediu muito na representação parlamentar, tendo agora mais de 30% de deputadas na Assembleia da República -- com 250 assentos, enfatizou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano assinalou que a Assembleia da República, o Conselho Constitucional (CC), a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Tribunal Administrativo (TA) são dirigidos por titulares do sexo feminino, o que é uma prova dos progressos na promoção da igualdade de género e da capacidade das mulheres.

"No país temos, muitas venerandas", enfatizou, referindo-se à presença de mulheres no topo da hierarquia dos órgãos judiciais.

O chefe de Estado moçambicano apelou às mulheres para que não se acomodem na vitimização em relação à situação de desigualdade em que se encontram, devendo tornar-se em agentes de mudança.

A representante da Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi, considerou o país um exemplo em África e no mundo pelos avanços que tem alcançado na correção das desigualdades de género, mesmo perante circunstâncias adversas, como a pandemia de covid-19, terrorismo na província de Cabo Delgado e impacto das mudanças climáticas.

"Congratulamos o facto de o país ser um dos poucos no mundo que atingiu a paridade de género no Conselho de Ministros", frisou Sozi.

Moçambique, prosseguiu, tem demonstrado que é possível reduzir as assimetrias entre homens e mulheres, com mais investimento, mais liderança e mais ação.

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