Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, no final de setembro, a região administrativa especial chinesa tinha 170.286 trabalhadores não residentes, mais 1.458 do que no final de agosto e o valor mais elevado desde junho de 2021.

As estatísticas, divulgadas hoje pela Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que Macau ganhou 19.866 não residentes desde janeiro, mês em que a mão de obra vinda do exterior caiu para menos de 152 mil, o número mais baixo desde abril de 2014.

A cidade tinha perdido quase 45.000 não residentes (11,3% da população ativa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em dezembro de 2019, no início da pandemia.

O setor da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde janeiro, ganhando quase dez mil trabalhadores não residentes, seguido da construção civil (mais 3.629) e dos empregados domésticos (mais 1.862).

A hotelaria e a restauração tinha sido precisamente o setor mais atingido pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não residentes desde dezembro de 2019.

O secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lei Wai Nong, reconheceu a 03 de fevereiro que os hotéis locais têm sentido falta de pessoal e garantiu que iria negociar com as empresas ligadas ao turismo para "resolver o problema com que o setor se está a deparar".

Macau, que à semelhança da China seguia a política 'zero covid', anunciou em meados de dezembro o cancelamento gradual da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Com o alívio das medidas, a cidade registou nos primeiros nove meses deste ano 19,9 milhões de turistas, quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado, e a taxa de ocupação hoteleira até ao final de agosto foi de 80,9%, o valor mais elevado desde o início da pandemia.

Macau reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo trabalhadores não residentes, a partir de 08 de janeiro, pondo fim a uma medida de prevenção e contenção da pandemia implementada há quase três anos.

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