A historiadora era membro eleito da Academia Francesa e desde 1999 "secretária perpétua" desta instituição, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo.

Hélène Carrère nasceu em Paris em julho de 1929, sendo o pai o economista e filósofo georgiano Georges Zourabichvili (assassinado em 1944), que emigrou para França após a revolução russa, e a mãe Nathalie von Pelken, uma aristocrata russo-alemã. Adquiriu a nacionalidade francesa em 1950.

Os seus estudos centraram-se na antiga União Soviética e na Rússia, com monografias, grandes ensaios e biografias de personalidades como Lenine ou Estaline.

Este ano, Espanha atribuiu a Hélène Carrère o Prémio Princesa das Astúrias das Ciências Sociais 2023, tendo destacado o júri a importância da sua obra para "a compreensão do mundo contemporâneo".

Em 2022, poucos meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em declarações no canal de televisão LCI, Carrère afirmou que via sinais de um confronto entre a Rússia e os Estados Unidos na Ucrânia, considerando que Putin "está em guerra em solo ucraniano contra os Estados Unidos".

Comparou ainda a guerra em curso na Ucrânia com a guerra da Rússia no Afeganistão (1979-1989) que terminou com o colapso da União Soviética, afirmando que para sair desse impasse o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, terá de negociar.

"Não terá escolha senão negociar, esperamos", afirmou na mesma ocasião.

Hélène Carrère d'Encausse foi ainda deputada no Parlamento Europeu, entre 1994 e 1995, eleita pelo partido francês de direita Rassemblement pour la République (RPR).

IM // SCA

Lusa/Fim