No final de uma visita a uma escola secundária em Lisboa, Luís Montenegro foi questionado sobre se tinha sido informado sobre as decisões do Conselho de Ministros de hoje, que irá aprovar o diploma que enquadra o processo de privatização da TAP.

O presidente do PSD disse "não ter rigorosamente nenhuma informação do Governo" quanto a este processo, mas antevê que a decisão possa voltar à tomada em 2015 pelo então Governo PSD/CDS-PP que pretendia uma privatização, faseada, mas a 100% da companhia aérea.

"Estivemos quase oito anos a perder tempo. Por isso tenho repetido que este Governo é uma perda de tempo e, neste caso, de dinheiro. Os portugueses colocaram 3,2 mil milhões de euros na TAP e o Governo vem agora tomar a decisão que já estava tomada em 2015", criticou.

Questionado que cautelas deve o Governo colocar neste processo de privatização, Montenegro aconselho o executivo a seguir as linhas de orientação do processo de privatização de 2015.

"Já estão acautelados os interesses estratégicos, nomeadamente a manutenção do 'hub' em Lisboa, a manutenção de rotas que são estratégicas para a nossa economia e para a nossa sociedade", afirmou, dizendo ter a certeza de que "ninguém vai inventar a pólvora neste processo".

Montenegro recordou que o PSD sempre entendeu que a exploração da atividade da TAP deveria ser gerida por privados.

"O Dr. António Costa e o PS umas vezes acharam que sim, outras vezes acharam que não, outras que podia ser privatizada em parte, agora parece que acham que pode ser na totalidade", disse, considerando que "este ziguezague já custou muito dinheiro e muito tempo aos portugueses", repetindo que estas hesitações configuram até "um crime político".

Na semana passada, no parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, colocou a hipótese, entre diferentes cenários, de se privatizar a totalidade do capital da TAP, apesar de indicar que o montante ainda não foi definido e irá depender do parceiro escolhido.

A TAP está neste momento nas mãos do Estado português, depois da aprovação do plano de reestruturação da companhia, que permitiu um apoio de 3,2 mil milhões de euros.

SMA (ALN/MPR/JO/TA) // PC

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