As águas inundaram pelo menos 15 aldeias e submergiram vastas extensões de terrenos agrícolas, destruindo as culturas no distrito de Kasur, perto da cidade de Lahore, na província do Punjab (centro-leste), a mais populosa do país.

"Fomos avisados de que poderia haver uma inundação. Mas aconteceu tão repentinamente. A minha família escapou a tempo, mas perdemos os nossos meios de subsistência. Todas as nossas colheitas estão agora debaixo de água", relatou Ashfaq Bhatti, habitante da região, à agência noticiosa France-Presse (AFP).

As autoridades provinciais de gestão de catástrofes informaram que os residentes tinham sido retirados para 11 locais de abrigo.

As inundações foram agravadas pela decisão da vizinha Índia de libertar mais água para as zonas a jusante do Paquistão, depois de as chuvas torrenciais terem matado pelo menos 90 pessoas no norte do território indiano.

"Queremos ir para casa e começar a reparar os estragos. Mas continuam a dizer-nos que vai voltar a chover", disse também à AFP Muhammad Farooq, outro habitante da região que foi retirado para um dos 11 locais de abrigo.

Pelo menos 50 pessoas morreram no Paquistão em inundações, deslizamentos de terras e desmoronamentos de edifícios causados pelas chuvas das monções desde o final de junho.

O Paquistão está a tentar recuperar das inundações devastadoras que submergiram quase um terço do país em 2022, afetando mais de 33 milhões de pessoas.

As monções, que normalmente duram de junho a setembro, são essenciais para irrigar as plantações e reabastecer os recursos hídricos no sul da Ásia, para o qual contribui com 70% a 80% da sua precipitação anual.

Por outro lado, é também vital para a agricultura e para a segurança alimentar desta região pobre, mas densamente povoada. Mas também traz a sua quota-parte de tragédia e destruição todos os anos.

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