De acordo com informação comercial divulgada pela transportadora aérea, o primeiro desses voos diretos acontece já esta sexta-feira, operando a companhia ainda ligações às quartas-feiras e aos domingos.

Em agosto, aquando do anúncio da retoma desta ligação, a ministra da Cultura e do Turismo sublinhou a importância desta rota, por se tratar do "principal destino de lazer" em Moçambique.

"Este retorno das Linhas Aéreas de Moçambique neste percurso é mais que acertado, dada a sua relevância na cadeia de valor para a consolidação e promoção do turismo nacional, pois, com a sua intervenção, abrem-se melhores perspetivas para o envolvimento e estímulo de mais intervenientes moçambicanos no turismo", destacou Eldevina Materula.

Com 700 quilómetros de linha de costa com praias de águas cristalinas e dunas costeiras verdes, a província de Inhambane conta com 789 empreendimentos turísticos, segundo os números apresentados pela ministra, sublinhando que estes empregam "cerca de 7.000 trabalhadores, contribuindo com cerca de 10% do total de 8.154 empreendimentos e 70.718 trabalhadores" do setor em todo o país.

A moçambicana LAM prevê ainda retomar, em 20 de novembro, os voos de Maputo para Lisboa, anunciou anteriormente o administrador da empresa sul-africana que o Governo de Moçambique colocou desde abril a gerir a companhia de bandeira.

"Estamos a prever retomar essa rota a 20 de novembro. É vital e vai mudar o rosto da companhia", afirmou em 14 de setembro, num encontro com jornalistas, em Maputo, o diretor-executivo da sul-africana Fly Modern Ark (FMA), Theunis Crous.

A LAM já tinha assumido anteriormente que está empenhada em obter as devidas autorizações para utilizar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e horários de gestão de 'slot', para onde deixou de voar desde 2012, tendo então perdido essas licenças.

Theunis Crous acrescentou que a companhia já negociou também o aluguer de um Boeing 737 cargueiro, apenas para tratar do transporte de carga dentro do país e para o exterior, nomeadamente para a África do Sul, esperando colocar ao serviço um segundo seis meses depois.

"É uma oportunidade que pode tornar a companhia rentável. O transporte de carga é um negócio muito rentável", insistiu.

Theunis Crous referiu igualmente que a FMA já mobilizou 15 milhões de dólares (14 milhões de euros) de financiamentos para a operação atual da LAM, que está a ser alargada, com novas rotas e aeronaves, o que se traduz num aumento de passageiros, 57 mil atualmente, face à média anterior de 46 mil mensais.

A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.

PVJ // MLL

Lusa/Fim