O plano inclui um novo apelo a um cessar-fogo para distribuir ajuda humanitária e facilitar a libertação de reféns.

O cessar-fogo permitiria também "descansar os civis" numa altura em que "os hospitais estão a ser atacados, causando a morte de bebés prematuros, sendo que toda a população está a ser privada dos seus meios básicos de sobrevivência", afirmou Griffiths numa declaração em Genebra.

O plano de dez pontos, que é dirigido a Israel, às autoridades de Gaza e "àqueles que têm influência sobre elas", apela também à abertura de mais passagens para permitir a entrada de ajuda humanitária, como o corredor de Kerem Shalom, entre os territórios palestiniano e israelita.

O documento pede ainda que as Nações Unidas, as organizações humanitárias e as entidades públicas e privadas em Gaza tenham acesso a combustível em quantidades suficientes para poderem prestar serviços de ajuda básica.

Por outro lado, o responsável reitera o apelo aos Estados e a outros doadores para que disponibilizem fundos à ONU, que recentemente pediu 1,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,1 mil milhões de euros) para fazer face às necessidades humanitárias da atual crise no Médio Oriente.

"As partes em conflito devem respeitar o Direito humanitário internacional, concordar com um cessar-fogo e pôr fim aos combates", resumiu Griffiths na declaração.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 40.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

PSP // JH

Lusa/fim