"O Presidente tem o moral em alta", assegurou o médico pessoal de Mohamed Bazoum, numa declaração à Radio France Internationale (RFI), depois de uma visita esta manhã ao sótão da residência presidencial em Niamey, onde o chefe de Estado se encontra detido com a sua família.

Mohamed Bazoum foi derrubado do poder em 26 de julho por uma junta militar autodenominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, liderada pelo general Abdourahmane Tiani.

A visita de hoje é a primeira que Bazoum recebe em quase duas semanas, desde que foi visitado pelo Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby, numa altura em que se multiplicam os apelos internacionais para a sua libertação.

O médico, que também examinou a mulher e o filho do Presidente, entregou comida e medicamentos à família, sublinhando as condições difíceis no sótão, por não haver fornecimento de energia elétrica.

As más condições de detenção do Presidente deposto e família foram já denunciadas pelas Nações Unidas e governos ocidentais.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse hoje estar "extremamente preocupado" com as condições de detenção, considerando que indiciam violação dos direitos humanos.

"As informações credíveis que recebi indicam que as condições da sua detenção podem ser consideradas como tratamento desumano e degradante, em violação do Direito Internacional em matéria de direitos humanos", afirmou Türk, num comunicado, referindo-se ao cativeiro de Bazoum, mulher e filho.

Türk disse ter recebido informações de que o Presidente e a sua família não têm acesso a eletricidade, água potável ou medicamentos.

IMA (EL) // VAM

Lusa/fim