"A CNE irá continuar a fazer a verificação da elegibilidade de cada um dos candidatos. Esse processo ainda não terminou (...) ainda não está fechado", anunciou hoje, em conferência de imprensa, em Maputo, o porta-voz daquele órgão, Paulo Cuinica.

Questionado pela Lusa, o porta-voz explicou que nas 21 listas proponentes provisoriamente aceites pela CNE para os diferentes órgãos, nas sextas eleições autárquicas, de 11 de outubro, constam 11.572 candidatos, dos quais apenas 3.797 são mulheres, conforme decisão de validação tomada na sessão plenária extraordinária realizada na quinta-feira.

Recordou que decorreu de 20 de julho a 11 de agosto o processo de receção das candidaturas, para o qual estavam inicialmente inscritas 31 listas proponentes.

"Recebemos 21 listas fechadas de proponentes que apresentaram as suas candidaturas e depois iniciou-se o processo de verificação dessas mesmas candidaturas, em termos de verificação quantitativa e qualitativa dos documentos individuais das candidaturas, tomando-se em consideração, também, a regularidade e a autenticidade dos documentos e a elegibilidade dos candidatos", explicou.

Seguiu-se, acrescentou Paulo Cuinica, o "cruzamento das listas fornecidas pelos proponentes em formato eletrónico com aquelas produzidas pela CNE, processo concluido com a aceitação das listas de dez partidos políticos, de três coligações de partidos políticos e oito grupos de cidadãos eleitores proponentes".

"Do mesmo modo, foram aceites as respetivas listas plurinominais fechadas de candidaturas indicados nos círculos eleitorais, para os quais cada candidato concorre", disse ainda.

De acordo com a explicação do porta-voz, a CNE vai "continuar com a atividade de verificação de elegibilidade de cada um dos candidatos constantes das listas apresentadas", incluindo a confirmação da inexistência de "candidaturas que aparecem em listas diferentes".

"As listas que estão ali afixadas não são definitivas. Depois deste processo todo é que nós vamos ter. Aliás, também o prazo das reclamações já começou a correr. Qualquer reclamação nesse sentido vai ser apresentada e também vai decorrer depois o prazo dos recursos, que podem ser também apresentados para contestar as decisões da CNE quanto a esses aspetos todos", concluiu.

Seguidamente, será realizado o sorteio das listas definitivas na presença dos candidatos ou mandatários para a fixação da ordem no boletim do voto, assim como para o tempo de antena nas estações audiovisuais e da radiodifusão públicas, de 29 a 31 de agosto.

Mais de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos estão inscritos para votar nas sextas eleições autárquicas, abaixo da projeção inicial, de 9,8 milhões de votantes, segundo dados da CNE.

Os eleitores moçambicanos vão escolher 65 novos autarcas em 11 de outubro próximo, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam a 53 já existentes.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, casos da Renamo, com oito, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, com uma.

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