O fundo vai ter um valor de 20,7 mil milhões de ienes (130,6 milhões de euros).

A descarga das águas residuais no oceano começou a 24 de agosto e prevê-se que continue durante décadas. As associações de pescadores japoneses e os grupos dos países vizinhos opuseram-se fortemente a esta medida. Hong Kong e Macau também seguiram a posição da China continental de proibir as importações.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida afirmou que o fundo de emergência vem juntar-se aos 80 mil milhões de ienes (507 milhões de euros) que o governo atribuiu anteriormente a estas empresas para combater os danos causados à reputação dos produtos japoneses.

"Vamos proteger a indústria pesqueira japonesa a todo o custo", disse Kishida, apelando ao consumo interno.

O dinheiro será utilizado para encontrar novos mercados e para financiar as compras governamentais destes produtos para congelamento e armazenamento temporários.

As autoridades disseram que planeiam cultivar novos destinos de exportação em Taiwan, nos Estados Unidos, na Europa, no Médio Oriente e em alguns países do sudeste asiático, como a Malásia e Singapura.

Grandes quantidades de águas residuais radioativas acumularam-se na central de Fukushima desde que, em 2011, um forte terramoto e um tsunami destruíram os sistemas de refrigeração e provocaram a fusão de três reatores.

Segundo as autoridades japonesas e o operador da central, todas as amostras de água do mar e de peixe recolhidas desde o início da libertação das águas residuais tratadas estão muito abaixo dos limites de segurança estabelecidos para a radioatividade.

A China continental era o maior mercado externo para os produtos do mar japoneses, representando 22,5% do total, seguida de Hong Kong com 20%, o que torna a proibição um rude golpe para o setor das pescas.

Os produtos do mar representam uma fração do total das exportações do Japão e o impacto da proibição no comércio global será limitado, a menos que as tensões aumentem e a China alargue as restrições a outros setores comerciais, afirmou o economista executivo do Nomura Research Institute.

Segundo Takahide Kiuchi, as restrições impostas por Tóquio e eventuais medidas futuras poderão provocar uma escalada das proibições comerciais chinesas contra o Japão.

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