Rui Rocha, presidente da IL, afirmou hoje, numa intervenção na reunião do Conselho Nacional, que terá uma "oposição ao modelo de sociedade de que Pedro Nuno Santos foi cúmplice e que quer agora continuar a reproduzir, se por acaso vier a ser governante deste país".

"Estaremos na primeira linha de combate a Pedro Nuno Santos", prometeu.

Além do deputado e ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, concorrem a secretário-geral do PS o titular da pasta da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o dirigente da linha minoritária Daniel.

Afirmando que "Portugal inteiro é o título da moção de estratégia que Pedro Nuno Santos apresentou ao Partido Socialista", Rui Rocha admitiu que, "como diagnóstico, é um belo título, porque revela bem o estado em que o PS deixou o país".

"Se o próprio candidato a líder do PS tem necessidade de dizer que é preciso um Portugal inteiro, isso significa que Portugal está partido", reforçou.

O líder da IL considerou que há um "sinal claro de derrota da proposta de Pedro Nuno Santos", caso viesse a ser primeiro-ministro, "na parte que diz respeito aos impostos". "Pedro Nuno Santos fala vagamente da descida do IRS, diz que devemos olhar para alguma redução de impostos, para o IVA e impostos indiretos. Diz que poucas pessoas pagam IRS em Portugal e que continuarão a ser poucos os que pagam", adiantou.

Rui Rocha considerou que esta afirmação "é uma enorme derrota, porque significa que Pedro Nuno Santos não acredita que é possível subir rendimentos aos portugueses. Continuaremos a ser um país medíocre do ponto de vista económico e do crescimento", criticou, ao defender que a IL quer "um país em que as pessoas subam na vida pelo seu trabalho".

Apontando que os "impostos e o IRS asfixiam as pessoas", Rui Rocha disse que o mesmo se passa com as empresas. "Queremos e precisamos de empresas que queiram crescer. O sinal que o PS, estes anos, deu e continuará a dar com Pedro Nuno Santos é que é melhor que as empresas não crescem, porque se crescerem pagam mais, sujeitam-se a mais burocracias", precisou.

O líder da IL criticou ainda a tributação elevada de que é alvo a classe média, "que ganha muito pouco e que é muito tributada", referindo ainda que o país está partido para os jovens que "não emigram por opção mas como algo a que são obrigados".

Desde as últimas eleições legislativas, Rui Rocha entende que "nada melhorou, tudo piorou", pelo que, afirmou, não se conforma com este país.

Para o presidente da IL, "Portugal está partido na saúde", face à falta de soluções no acesso aos cuidados de saúde.

"Conhecemos todos os casos chocantes em que o PS deixou os serviços de saúde em Portugal. "Em dezembro, temos sistematicamente 30, 35, 40 serviços de urgência que não funcionam em todo o país ou que estão gravemente condicionados", identificou.

Rui Rocha apontou ainda que Portugal está partido na educação. "Estão aí os resultados do PISA a dizer que esta geração foi abandonada pelo PS, porque insistiu em manter as escolas fechadas durante a pandemia tempo demais" e "não assegurou planos de recuperação adequados a essa geração", acrescentou.

Aflorando algumas das premissas do partido, o líder da IL sublinhou que a "proposta para a saúde é do melhor que se faz", pois as pessoas "podem ter o cuidado de saúde que preferirem".

"Podem dizer: quero ir ao serviço público, mas se ao lado houver uma porta aberta no setor privado ou no setor social, a pessoa pode escolher essa oferta. É melhor a pessoa decidir a qual porta quer bater do que não ter nenhuma para bater, que é o que temos hoje", lamentou.

"Portugal a crescer e a caminhar" são também um dos desígnios da IL, que defendeu ainda uma menor carga fiscal sobre os trabalhadores independentes e liberais e sobre os proprietários de imóveis.

EYC // SB

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