"É necessário apertar o sistema de imigração. A Hungria é para os húngaros e os empregos húngaros pertencem, antes de mais, aos húngaros", diz o projeto de alteração publicado no 'site' do executivo, liderado pelo ultranacionalista Victor Orbán.

O texto condiciona o acesso de estrangeiros não comunitários a um emprego se não houver nenhum húngaro que queira assumir o cargo e sublinha "a soberania da Hungria ao determinar quem pode entrar no seu território".

A Hungria tem um dos sistemas de imigração mais severos da Europa.

O projeto de lei apresentado ao Parlamento, onde o partido Fidesz, de Orbán, tem maioria absoluta, afirma que a permanência dos trabalhadores estrangeiros será limitada no tempo e que o seu número não excederá o número de vagas disponíveis.

O projeto estabelece condições de trabalho rígidas em três categorias: estadas curtas, de no máximo 90 dias, durável, superior a três meses, e permanente, que dependerá das condições de trabalho e autorizações personalizadas.

Embora os números exatos não tenham sido publicados, a imprensa local estima que poderão existir mais de 100 mil cidadãos de países terceiros a trabalhar na Hungria e que o mercado de trabalho necessita de meio milhão.

O portal Népszava refere que a classificação dos trabalhadores de países terceiros é liderada pela Ucrânia, seguida pela Sérvia, China, Vietname e Índia.

Por outro lado, há especialistas que apontam que a falta de mão de obra também está relacionada com o nível de salários e que um aumento entre 20% e 30% poderia reduzir a escassez de pessoal.

Estima-se que a Hungria tenha perdido quase 09% da sua população nas últimas duas décadas, devido à queda da taxa de natalidade e à saída de muitos jovens para países ricos da União Europeia em busca de melhores condições de trabalho.

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