O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, indicou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) estão agora a passar para a "próxima fase" da sua operação terrestre na Faixa de Gaza, mais de um mês depois do início da intervenção militar no território.

Gallant disse que o Exército fez "descobertas significativas" relacionadas com as atividades do Hamas no Hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, ao avançar para um novo capítulo da sua incursão, embora não tenha fornecido detalhes sobre o material encontrado pelos soldados dentro da unidade de saúde.

"A operação continua e está a ser realizada de forma precisa, seletiva e muito determinada", afirmou o titular da Defesa durante uma visita às tropas da 36.ª divisão de infantaria.

O ministro confirmou que o Exército assumiu o controlo de "toda a parte ocidental de Gaza", indicando que está livre da presença de operacionais do Hamas.

O principal hospital da Faixa de Gaza é apresentado por Israel como um centro estratégico e militar do Hamas, uma alegação rejeitada pelo movimento islamita, no poder no território desde 2007.

As FDI realizam atividades operacionais "precisas e específicas dentro do complexo hospitalar", que são "geridas por etapas, de acordo com avaliações da situação em curso", informou hoje um comandante militar israelita.

"Os militares avançam de edifício em edifício, revistando cada andar, enquanto centenas de doentes e pessoal médico permanecem no complexo", segundo a mesma fonte, que afirmou que a operação "é realizada de forma discreta, metódica e exaustiva", com base em interrogatórios feitos no local.

O comando militar israelita insistiu que "existe uma infraestrutura terrorista bem escondida" no complexo de saúde.

De acordo com o oficial, até agora foram encontradas "armas, informações -- incluindo sobre os acontecimentos de 07 de outubro -, equipamentos tecnológicos, equipamento militar, centros de comando e controlo e equipamentos de comunicações, todos pertencentes ao Hamas", além de imagens relacionadas com os reféns capturados pelo movimento palestiniano no seu ataque em 07 de outubro contra o sul de Israel.

Números avançados à agência France-Presse (AFP) indicam que na unidade hospital se encontram cerca de 2.300 pessoas.

Em 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 41.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

HB // JH

Lusa/Fim