"Este desempenho, ainda que superior ao trimestre anterior, mostra-se bastante frágil", apontou o presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, Agostinho Vuma, ao apresentar os resultados deste índice, medido trimestralmente pela instituição.

Esse índice, explicou, subiu para 29 pontos no terceiro trimestre, contra os 28 no anterior, refletindo uma "ligeira melhoria, depois de uma estagnação" nos dois períodos anteriores.

"A avaliação deste último trimestre aconteceu, sem dúvida, num contexto no qual a economia regista duas velocidades. Uma velocidade que é guiada pelos grandes projetos do setor extrativo, que está a registar um crescimento extraordinário (...) A outra velocidade é guiada pelos setores tradicionais da nossa economia, onde têm crescimentos bastante ligeiros, se não negativos, com destaque para a indústria transformadora, pesca e construção civil/imobiliário", disse ainda Vuma.

Apontou como justificações para este desempenho, entre outras, o início tardio da comercialização agrícola, "devido aos efeitos das inundações e cheias que afetaram as vias de acesso e a rede comercial que faz o escoamento desses produtos", com consequências também nos "custos elevados de logística".

Outra das justificações são os "aumentos de encargos financeiros com a banca" por parte dos empresários, nomeadamente altas taxas de juro, fruto da alteração da política monetária por parte do Banco de Moçambique.

Na análise ao índice, Agostinho Vuma apontou igualmente que neste período as contratações por parte das empresas limitaram-se essencialmente a contratos a tempo parcial ou temporário.

Os empresários manifestaram ainda expectativa com o anúncio de retoma para este ano da construção da central de gás natural liquefeito pela petrolífera francesa TotalEnergies em Cabo Delgado, suspenso em 2021 após os ataques terroristas na região, esperando a incorporação das empresas moçambicanas.

Com o novo calendário agora em cima da mesa, o início da produção de gás, num projeto de 20 mil milhões de dólares poderá acontecer em 2028, segundo a TotalEnergies.

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