"Tendo em conta o ponto de partida para absorção dos choques externos adversos na economia de Moçambique, é preciso olhar para um mecanismo sustentável que não onere o Orçamento e que se baseia numa abordagem de partilha de sacrifícios", afirmou o presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma.

Ao intervir em Maputo, na abertura do Economic Briefing, evento trimestral em que a CTA apresenta as perspetivas trimestrais dos empresários, Vuma explicou que a medida de implementação de estabilização dos preços dos combustíveis agora propostas, através de um fundo de estabilização, visa "neutralizar os impactos dos choques".

"E como faríamos para financiar o fundo de estabilização dos preços do combustível? Aqui propúnhamos a introdução de um imposto ou taxa sobre os lucros extraordinários de alguns setores, bem como a contribuição do Banco de Moçambique através dos seus lucros", disse ainda.

Na sua intervenção, na presença de dezenas de empresários moçambicanos, o presidente da CTA admitiu que a criação do valor da economia "tem vindo a reduzir" desde o primeiro trimestre de 2022.

"Esse período coincidiu com o início da subida da taxa de juro, em resultado das medidas da política monetária. Desde então, com a subida da taxa de juro, a velocidade da circulação da moeda reduziu em cerca de 60%", apontou, referindo-se à atual política monetária do Banco de Moçambique, para tentar conter a inflação.

"A fragilidade da nossa economia requer implementação de alguns instrumentos flexíveis, as ditas almofadas, que ajude a absorver os choques, particularmente os choques externos. E um dos maiores choques que temos vindo a testemunhar é através da subida do preço do barril de petróleo, que propicia a subida dos preços de combustíveis no mercado interno e subida dos preços, inflação, e que no fim obriga as autoridades do setor financeiro, mormente o Banco de Moçambique, a tomar medidas que acabam prejudicando mais o setor privado", concluiu Agostinho Vuma.

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