De acordo com o documento do Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial, entre abril e junho, o défice reduziu-se em 1,5 pontos percentuais em relação ao período homólogo, ???????apesar dos impactos da guerra na Ucrânia e da crise inflacionista.

Em 2022, as contas públicas de Cabo Verde chegaram ao final do ano com um défice de 9.677 milhões de escudos (88 milhões de euros), equivalente a 4,2% do PIB estimado, um défice que ficou abaixo do esperado pelo Governo, segundo dados oficiais noticiados anteriormente pela Lusa.

No segundo trimestre deste ano, o saldo corrente primário atingiu o montante de 4.126,1 milhões de escudos (37,4 milhões de euros), correspondendo a um 'superavit' de 1,5% do PIB.

"Este resultado refletiu a performance das receitas totais (+ 23,1%), das despesas totais (+4,3%) e dos ativos não financeiros (+75,1%)", lê-se no relatório das contas provisórias do Ministério das Finanças.

No que respeita ao rácio da dívida pública em relação ao PIB, o Governo cabo-verdiano estima que em junho se situasse em 109,9%, face a 121,5% no período homólogo.

O rácio caiu em função das projeções de crescimento, porque, em termos absolutos, praticamente não houve variação.

A dívida externa atinge 75,7% do PIB e a interna 34,2%.

No segundo trimestre deste ano, prosseguiu o relatório, as reservas internacionais líquidas cresceram 5,9%, face ao período homólogo, garantindo 6,3 meses de importação estimados para 2023.

Já as receitas totais (incluindo a ajuda alimentar e donativos) aumentaram 23,1%, comparativamente ao período homólogo, justificando-se pelo aumento da arrecadação de impostos, da segurança social e das transferências, entre outras receitas.

O crédito à economia também cresceu nos segundos três meses do ano em 4,1%, tendo o crédito ao setor privado aumentando 5%, mostrando assim a "dinâmica" nos investimentos privados, de acordo com o Ministério das Finanças.

Apesar dos elevados preços internos, o departamento governamental cabo-verdiano considera que a economia do país continua a apresentar um "crescimento robusto", tendo sido de 6,7% no primeiro trimestre.

Apesar de ainda não haver dados oficiais sobre o segundo trimestre, o Governo acredita que "o ritmo de crescimento económico continua a acelerar", com base nos números favoráveis do clima de negócios e na "dinâmica" no setor do turismo, com os aeroportos a receber cerca de 560 mil passageiros no período, um aumento de 15,6% face ao período homólogo.

No período em análise, as importações de bens de consumo, por sua vez, reduziram-se em 2,6% em valor e 13,2% em volume, enquanto as importações de bens de capital aumentaram 3,7% em valor e diminuíram 4,7% em volume.

No setor monetário, de acordo com a mesma fonte, registou-se um crescimento nos ativos, particularmente dos ativos externos (8,5%), o que culminou no aumento de 3,9% da massa monetária.

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