"Sobretudo para nós que temos créditos nos bancos, as coisas ficam mais complicadas. Vão nos obrigar a roubar", reclamou o condutor Januário Rocha, juntamente com outros contestatários, numa fila de veículos com carga, à espera de embarcar, em Porto Novo.

Por sua vez, um outro condutor, João do Sul, disse que toda a população das ilhas de São Vicente e Santo Antão sofre com o aumento da tarifa, dado que ambas são ligadas por via marítima, quatro vezes ao dia.

O comerciante Pedro Lopes lamentou o aumento de 25%, dizendo que "é demais".

"Há pouco tempo aumentaram o preço das passagens [de passageiros] e achamos que 25% nas mercadorias é demais. O poder de compra está reduzido", referiu, dizendo que a sua atividade de vendedor em São Vicente está a ser sacrificada.

A CV Interilhas, concessionária do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga em Cabo Verde, aumentou desde quarta-feira o tarifário de transporte de mercadorias - um aumento médio de 25%.

A empresa referiu, em comunicado, que a implementação do novo tarifário está em linha com "os pressupostos de sustentabilidade" do serviço.

A CV Interilhas é um armador cabo-verdiano, constituído em 2019, com o qual o Governo de Cabo Verde estabeleceu o contrato de concessão, por 20 anos, para o serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga entre ilhas.

A sociedade é constituída por 12 armadores, dos quais o português Grupo ETE detém 51% do capital social (através das suas participadas Transinsular e Transinsular Cabo Verde) cabendo o restante a 11 firmas cabo-verdianas.

ROZS (RIPE/LFO) // VM

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