"A Cabo Verde Telecom foi alvo de uma disrupção na sua rede, iniciada na madrugada de 19 de outubro de 2023, resultante de um ciberataque deliberado e malicioso", relatou, em comunicado, a empresa, adiantando que "intercetou de imediato" o problema na rede e agiu de forma a identificar e conter os efeitos e repor os serviços.

"Esta situação gerou perturbações nos seguintes serviços: VOIP, atendimento a clientes, televisão e voz móvel. De entre esses serviços, já se restabeleceu a normalidade nos serviços de VOIP e voz móvel", prosseguiu.

Segundo a empresa, a gravidade do "ato criminoso" implica um "trabalho minucioso" de recuperação, envolvendo os seus técnicos e fornecedores externos.

"O processo de recuperação e consequente estabilização dos serviços afetados irá acontecer progressivamente", perspetivou a empresa, prometendo repor a normalidade dos serviços "no menor tempo possível" e lamentou "profundamente" os transtornos causados aos clientes.

"Até ao momento, não temos quaisquer indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos", tranquilizou a operadora, prometendo uma "investigação aprofundada" ao ato, juntamente com as autoridades competentes.

Em julho, a Cabo Verde Telecom realizou a fusão das três empresas do grupo, criando uma marca única, denominada de "Alou".

A maioria do capital do grupo é detida pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 57,9%, contando ainda com a estatal Aeroportos e Segurança Aérea (20%), a Sonangol Cabo Verde (5%), o Estado cabo-verdiano (3,4%) e outros acionistas privados nacionais (13,7%).

Em 26 de novembro de 2020, a Rede Tecnológica Privativa do Estado (RTPE) foi vítima de um ciberataque em larga escala com bloqueio de dados e pedido de resgate (designado 'ransownware'), que obrigou à suspensão temporária de alguns serviços públicos.

Na altura, o Governo de Cabo Verde investiu mais de 1,8 milhões de euros para reforçar a segurança das redes informáticas do país.

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