O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) confirmou a viagem de Martin Griffiths à agência espanhola EFE, num momento em que a ONU tem insistido na abertura de mais rotas de entrada para Gaza, para que mais ajuda humanitária chegue à população civil palestiniana.

A passagem de Kerem Shalom é a possibilidade em avaliação.

"Desde o início dissemos que precisávamos de mais do que uma passagem", disse hoje Griffiths numa reunião com delegações da ONU em Genebra.

"A possibilidade de usar Kerem Shalom deve ser explorada e esse será o tema de discussão em Amã", afirmou Griffiths, embora fontes diplomáticas tenham afirmado que Israel estaria relutante em tomar essa decisão devido à presença do seu exército na área.

Em 21 de outubro, duas semanas após o início da guerra, Israel permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza, mas apenas através da passagem de Rafah, na fronteira entre o enclave e o Egito.

A passagem de Rafah, que liga a Península do Sinai à Faixa de Gaza, é a única via de acesso ao território governado pelo grupo islamita palestiniano Hamas não controlada por Israel.

A passagem de Kerem Shalom está localizada na mesma área próxima ao sul de Gaza, onde se concentra grande parte dos deslocados palestinianos, já que o norte do território está ocupado por forças israelitas e foi palco de combates violentos nas semanas anteriores à atual trégua humanitária.

Antes do início do conflito, cerca de 60% das mercadorias que chegavam a Gaza passavam por Kerem Shalom, enquanto a passagem de Rafah não estava especificamente designada para o tráfego rodoviário, mas sim para a circulação de pessoas.

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