Do lado do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Albano Carige, atual autarca e que sucedeu em fevereiro de 2021 a Daviz Simango, tenta nesta campanha eleitoral que termina domingo segurar a única autarquia do partido e a terceira mais importante do país.

"Estamos a pedir o vosso voto para que possamos construir infraestruturas sociais básicas para servir a comunidade local, no sentido de deixar de percorrer longas distâncias à procura de atendimento médico", disse, no contacto com os eleitores, o candidato do MDM à capital da província de Sofala.

Albano Carige passou nos últimos dias pelos bairros mais críticos da cidade e assumiu a aposta na melhoria das condições de vida dos munícipes.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) governou a Beira até 2003, quando Daviz Simango (depois fundador do MDM e falecido em fevereiro de 2021) a conquistou para a Resistência Nacional Moçambicana (Frelimo, maior partido da oposição). Em 2008 Simango concorreu como independente e manteve a liderança na Beira e em 2013 continuou à frente da autarquia, mas já pelo MDM, sendo esta a única que o partido ainda detém.

Daí que a Frelimo aposte forte nesta votação na Beira, com Stella Zeca, até há dias secretária de Estado para a província de Sofala, como cabeça-de-lista do partido que também lidera o maior número de municípios no país (44).

A cabeça de lista da Frelimo prometeu "negociar com os parceiros para ajudar os que não têm meios próprios a adquirir materiais de construção de bancas, obedecendo aos padrões que não coloquem em risco a comodidade dos vendedores e clientes".

Stella Zeca "atacou" nesta campanha alguns mercados de Inhamízua, privilegiando o contacto porta a porta e assumindo o objetivo de concretizar projetos relacionados com a padronização e modernização dos mercados naquela área.

"As condições dos mercados devem ser melhoradas, pois quando chove torna-se praticamente impossível a prática da atividade comercial", disse a candidata.

A pensar igualmente na retoma da liderança da cidade, a Renamo avança com Geraldo Carvalho como cabeça-de-lista ao Conselho Municipal da Beira e ao longo da campanha prometeu requalificar algumas zonas e melhorar as infraestruturas de saneamento, criticando a precariedade habitacional e de mobilidade dos munícipes de algumas zonas.

"O que estou a ver nesta zona é desumano, vocês foram esquecidos. Caso a Renamo seja eleita, eu, como cabeça-de-lista, prometo fazer a infraestruturação em todos os aspetos ligados às vias de acesso, abastecimento de água, iluminação pública, saneamento do meio, para [que] as pessoas se sintam que estão em iguais circunstâncias com as outras e também para tornar a cidade mais bela e apetecível para residir", apontou Geraldo Carvalho, ao visitar a zona do "Estofo", durante esta campanha.

"Queremos melhorar a qualidade de vida dos munícipes, através da criação de condições sociais urbanísticas que garantam, por um lado, a segurança de posse de terra, e, por outro, a requalificação dos assentamentos", prometeu ainda.

Além dos três principais partidos moçambicanos, com assento parlamentar e na Assembleia Municipal de Beira, aquele município conta ainda com a candidatura de uma das três coligações de partidos que concorrem às sextas eleições autárquicas em Moçambique. Trata-se da Coligação Aliança Democrática (CAD), cuja lista é liderada por Moisés Lauzo, que na campanha em Inhamízua prometeu financiar iniciativas lideradas por jovens e modernizar os mercados.

"Os vendedores são o motor da economia municipal, razão pela qual devem ser incentivados, sendo que a CAD, caso ganhe as eleições, propõem-se a restruturar os mercados para que a população encontre espaços condignos para o exercício da atividade", prometeu Lauzo.

Além das quatro forças políticas, concorrem ainda na Beira, nestas eleições, três grupos de cidadãos, dos oito registados em todo o país pela Comissão Nacional de Eleições, casos da Associação dos Deficientes de Moçambique (Ademo), da Associação para o Desenvolvimento da Infância e a Juventude na Comunidade (Acriajuda) e da Associação de Trabalhadores Informais de Moçambique (Astimo).

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