O empresário de direita Jan Topic, admirador do Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que declarou em março de 2022 uma guerra total contra os grupos de crime organizado, prometeu uma "mão forte" e a criação de um órgão público para a Polícia Nacional do Equador.

Em resposta, o antigo vice-Presidente Otto Sonnenholzner (2018-2020) acusou Topic de conflito de interesses por possuir uma empresa de radares, ao que o empresário garantiu já não deter essa companhia.

Outra candidata, Luisa González, criticou a gestão do atual Presidente do país, Guillermo Lasso, e garantiu que voltará à fórmula do antigo Presidente Rafael Correa (2007-2017), cujo partido de esquerda, o Revolución Ciudadana, apoia González.

Bolívar Armijos, um outro candidato de esquerda, expressou a necessidade de enviar os criminosos mais perigosos para prisões especiais, pois garantiu que as ordens para cometer crimes no Equador vêm do interior das próprias penitenciária.

Daniel Noboa Azín-Verónica Abad, candidato do movimento de centro-esquerda Acción Democrática Nacional, prometeu criar uma agência estatal que articule as forças armadas, a polícia e o Estado para centralizar os planos de segurança do país.

O indígena Yaku Pérez-Nory Pinela, da aliança de esquerda Claro Que Se Puede, falou sobre a necessidade de restaurar a confiança e dar garantias aos juízes que disse serem alvo constante de ameaças.

O empresário Xavier Hervas destacou a importância do controlo portuário e promete implementar sistemas de monitorização de cargas, numa altura em que o Equador vive a maior crise de insegurança, que as autoridades atribuem ao tráfico de droga.

O principal ausente do debate foi Fernando Villavicencio, candidato do movimento político equatoriano Construye, assassinado a tiro na quarta-feira, à saída de um comício.

A cadeira que deveria ser de Villavicencio ficou vazia, como tinha pedido o Construye, com os restantes sete candidatos a cumprirem um minuto de silêncio antes do início do debate de três horas.

Para substituir Villavicencio na corrida à presidência, o Construye nomeou Christian Zurita, que trabalhou durante 15 anos nas investigações sobre corrupção que tornaram Villavicencio conhecido da opinião pública do Equador.

Andrea González, candidata à vice-presidência pelo movimento, criticou a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) por não permitir que Zurita participasse no debate.

A CNE decidiu manter a data das eleições para 20 de agosto, apesar do assassínio de Villavicencio, de 59 anos, crime que levou à detenção de seis pessoas, de nacionalidade colombiana, embora ainda se desconheça quem ordenou o homicídio.

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