De acordo com o balanço económico e social da execução do Orçamento do Estado de janeiro a junho, a produção de eletricidade a partir de barragens representou, naquele período, 83,8% do total, um crescimento homólogo de 1,4%, essencialmente garantida pela HCB, com um peso total de 81%.

"A produção [em Cahora Bassa] registou um crescimento em 0,6 % em comparação a igual período de 2022, pese embora as projeções apontassem para uma redução na geração de energia elétrica nos meses de abril e maio, decorrente da necessidade de intervenção projetada no canal de restituição e da modernização dos equipamentos para maximização da capacidade instalada", lê-se no relatório.

Acrescenta que as centrais hídricas da Eletricidade de Moçambique (EDM) registaram um crescimento de 32,5% no primeiro semestre, comparativamente a igual período de 2022, "influenciado pelo aumento substancial na produção da central hídrica de Corumana", devido à "reabilitação da barragem de Moamba-Major, que incrementou a disponibilidade de água à barragem, aumentando a geração de energia elétrica".

Com um peso total de 15,9%, a produção de eletricidade a partir de fontes térmicas aumentou 5,4%, e a produção solar aumentou 10,3%, mas com um peso de apenas 0,3% na estrutura total.

A segunda maior produtora de eletricidade em Moçambique no primeiro trimestre foi a Central Térmica de Ressano Gárcia, uma empresa conjunta entre a Azura Power e a EDM, que opera uma unidade a gás natural com capacidade instalada de 175 MegaWatts e que de janeiro a junho garantiu 5,7% de toda a produção elétrica no país.

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa, considerada uma das maiores produtoras independentes de energia de África Austral, admitiu em agosto a "reativação" do projeto da nova central, a norte, face à crescente demanda de eletricidade na região.

"A longo prazo, a empresa está a conduzir reflexões estratégicas com vista a reativação do projeto Cahora Bassa Norte, para atender à crescente demanda energética de Moçambique e da região, face a crise que se vem assistindo", refere uma informação da empresa, consultada hoje pela Lusa.

De acordo com o estudo de impacto sócio-ambiental do projeto da Central Cahora Bassa Norte (CBN), apresentando em 2012 e entretanto abandonado pela empresa, esta teria uma capacidade máxima instalada para gerar 1.250 MegaWatts (MW) e seria construída na margem esquerda da existente barragem de Cahora Bassa, lado oposto da central existente, a Central Cahora Bassa Sul, cuja capacidade máxima de produção é de 2.075 MW.

A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando cerca de 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.

A barragem está instalada numa estreita garganta do rio Zambeze e a sua construção decorreu de 1969 a 01 de junho de 1974, dando início ao enchimento da albufeira.

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