"Uma das razões pelas quais eles fizeram o que fizeram, (...) porque atacaram Israel (...), é que eu estava prestes a sentar-me com os sauditas", disse Joe Biden num evento de angariação de fundos, acrescentando que Riade estava a considerar reconhecer oficialmente o Estado judeu.

A Arábia Saudita, um dos pesos pesados do Médio Oriente, decidiu suspender as negociações patrocinadas pelos EUA sobre uma possível normalização com Israel, uma semana depois de o Hamas ter lançado um ataque contra Israel a partir da Faixa de Gaza.

A suspensão foi anunciada no passado sábado, no decurso de uma visita a Riade do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que manteve conversações com o homólogo saudita, Faisal bin Farhane.

Blinken apelou a um "cessar-fogo imediato em Gaza" e ao levantamento das restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária no território palestiniano, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita emitido após o encontro.

A Arábia Saudita nunca reconheceu Israel e não subscreveu os Acordos de Abraão de 2020, negociados pelos Estados Unidos, que permitiram aos vizinhos Bahrein e Emirados Árabes Unidos, bem como a Marrocos, estabelecer laços oficiais com Israel.

Nos últimos meses, a administração norte-americana instou a Arábia Saudita a seguir o exemplo, tendo Riade exigido garantias de segurança de Washington e, em contrapartida, assistência no desenvolvimento de um programa nuclear civil.

Numa entrevista à Fox News no mês passado, o príncipe herdeiro e governante de facto do reino, Mohammed bin Salmane, disse que estava perto de um acordo de normalização com Israel, ao mesmo tempo que sublinhava a importância da questão palestiniana para o seu país.

O Hamas, o movimento islamista palestiniano no poder na Faixa de Gaza, opõe-se a acordos de normalização com Israel.

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