"A BestFly World Wide, acionista maioritária da Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), tomou a difícil decisão de deixar de operar definitivamente em Cabo Verde e suspender a operação da TICV no país", referiu a companhia aérea em comunicado.

A marca detinha a concessão atribuída pelo Governo dos voos interilhas, cujo serviço se deteriorou por falta de aviões, ao ponto de os voos terem sido suspensos no início do mês.

A Bestfly justificou o anúncio de hoje com o facto de a Agência de Aviação Civil (AAC) ter revogado os termos de entrada de um avião que ia permitir retomar os voos, substituindo as aeronaves que estão em manutenção.

O pedido foi recebido num "clima de desconfiança, lentidão e hostilidade, ainda que o procedimento, por parte da TICV, tenha sido levado a cabo com toda a regularidade", referiu Nuno Pereira, diretor executivo da BestFly, acionista maioritário da TICV.

"Temos operado num ambiente de negócios tóxico e punitivo, que condiciona severamente a nossa capacidade de ação, apesar do investimento contínuo", referiu, acrescentando que "o contexto tem sido marcado por situações de franca anormalidade".

"Sugiro que as autoridades cabo-verdianas façam a devida análise de quantas companhias já operaram em Cabo Verde nos últimos 10 anos. Acredito que o resultado dessa análise deve justificar uma profunda reflexão sobre o ambiente de negócios vivido no país", concluiu.

Os constrangimentos aos transportes aéreos domésticos no arquipélago têm-se agravado e, na segunda-feira, o Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, juntou-se às vozes que pedem ao Governo soluções urgentes para o problema.

Atualmente, as ligações interilhas são asseguradas pela Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), companhia estatal de vos internacionais, que o Governo colocou nas rotas domésticas para cobrir as falhas da Bestfly, remetendo para breve uma solução para as ligações.

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