O almirante Mike Gilday deixou o cargo de chefe da Marinha dos EUA na segunda-feira, e a sucessora designada, Lisa Franchetti, ainda não foi confirmada para o cargo pelo Senado norte-americano.

Tommy Tuberville, senador pelo Alabama, bloqueia há meses deliberadamente centenas de indicações para cargos militares. O Republicano opõe-se a uma política do Pentágono de assistência financeira a militares que precisem de viajar para fazer abortos, por vários estados terem abolido o direito à interrupção da gravidez após uma decisão do Supremo Tribunal no ano passado.

O Senado pode anular essa obstrução realizando uma votação em cada nomeação, mas o processo torna-se muito mais longo do que o procedimento habitual de aprovação por unanimidade, sem votos.

"Devido a esse bloqueio generalizado, a partir de hoje e pela primeira vez na história do Departamento de Defesa, três dos nossos ramos estão a operar sem um líder confirmado pelo Senado", disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na manhã de hoje, na cerimónia de despedida de Mike Gilday.

"É sem precedentes, desnecessário e perigoso", acrescentou.

O secretário de Estado da Marinha convocou o Senado a agir.

"Não fazê-lo serviria para degradar ainda mais o nosso nível de prontidão e até arriscar a vida (dos marinheiros) ao não permitir que os nossos combatentes mais experientes liderem", disse o secretário da Marinha, Carlos Del Toro, na mesma cerimónia.

A almirante Lisa Franchetti, atual número dois e a primeira mulher indicada para comandar a Marinha dos Estados Unidos, combinará os dois cargos e atuará como interina.

Os chefes do Exército e do Corpo de Fuzileiros Navais estão na mesma situação, e a preocupação está a aumentar, já que Mark Milley, Chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, também está de saída.

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