O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) fixou-se em 49,5 pontos este mês, abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam uma expansão.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da atividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia mundial.

Em setembro, o PMI fixou-se nos 50,2 pontos, pondo termo a cinco meses consecutivos em queda.

Entre os cinco subíndices que compõem o PMI da indústria transformadora, as novas encomendas - chave para a procura --, inventário de matérias-primas e o emprego mantiveram-se abaixo dos 50 pontos.

A produção e os prazos de entrega permaneceram na zona de expansão.

As bases para uma recuperação sustentada "ainda não se consolidaram", disse Zhao Qinghe, estatístico do GNE, que atribuiu a contração ao período de férias da "Semana Dourada", no início do mês, o que resultou em menos dias úteis em outubro e em que parte da procura se tenha acumulado nos dias que antecederam o feriado.

A consultora britânica Capital Economics observou uma "preocupante perda de dinamismo" e apontou para a fraqueza da procura interna e externa, uma vez que o subíndice de novas encomendas para exportação contraiu pelo sexto mês consecutivo.

A GNE também divulgou hoje o PMI para os setores dos serviços e da construção, que continuou a tendência de abrandamento, com o valor mais baixo do ano - 50,6 pontos, menos 1,1 ponto do que em setembro.

A atividade na construção caiu de 56,2 pontos para 53,5, o que, segundo os analistas da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard e Sheana Yue, reflete uma redução das despesas fiscais com infraestruturas, depois de a emissão de obrigações por parte dos governos locais ter caído em outubro, na sequência do rápido crescimento verificado no terceiro trimestre.

O setor dos serviços desceu de 50,9 para 50,1 pontos - o valor mais baixo desde que Pequim aboliu as medidas altamente restritivas de combate à covid-19.

Isto deveu-se, segundo os especialistas, à fraqueza dos serviços para os setores imobiliário e mercados de capitais, uma vez que outros, como os transportes e as comunicações, continuaram a registar subidas significativas.

O PMI composto, que combina a evolução da indústria transformadora, serviços e construção, caiu de 52 pontos, em setembro, para 50,7, este mês, marcando um novo mínimo na sua série histórica, se não forem tidos em conta os dados dos anos da pandemia.

A Capital Economics salientou que, caso os dados oficiais continuem a desiludir a curto prazo, as autoridades vão ter de "fazer mais" para apoiar a recuperação económica.

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