Trata-se de dois delegados provinciais do MDM em Sofala, que, segundo a acusação, terão supostamente detido ilegalmente um membro da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) encontrado no bairro da Munhava alegadamente a recolher cartões de eleitores.

Em tribunal, os arguidos rejeitaram a acusação, considerando que no dia do alegado rapto e detenção ilegal estavam ocupados com a preparação da abertura da campanha eleitoral para as eleições autárquicas que se realizam no próximo dia 11.

Os arguidos explicaram ainda que, momentos após ter terminado o evento de abertura da campanha do MDM, se dirigiram à sede daquele partido na cidade, para fazer o balanço das atividades do primeiro dia, tendo sido decidido que se devia apresentar queixa sobre o caso de um suposto membro da Frelimo encontrado a recolher cartões de eleitor na Munhava.

Os delegados dirigiram-se ao posto policial e apresentaram queixa, mas, no dia seguinte, foram convocados para um interrogatório na polícia e foram detidos, depois de os familiares da pessoa alegadamente raptada apresentar uma queixa no mesmo posto policial, disseram.

A suposta vítima está agora em parte incerta, segundo a família.

Após serem ouvidos os delegados políticos e a prima do cidadão desaparecido, o juiz da causa, Tomé Valente, interrompeu a sessão de julgamento, considerando ser imprescindível a audição de mais duas testemunhas: uma mulher que terá presenciado o alegado rapto e o agente do posto policial que registou a ocorrência.

A próxima sessão está marcada para quinta-feira.

O MDM gere a autarquia da Beira, a única liderada por este partido, na sequência das eleições realizadas em 2018.

Mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos estão envolvidos na campanha eleitoral para as sextas autárquicas moçambicanas de 11 de outubro.

Cerca de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos estão inscritos, abaixo da projeção inicial, de 9,8 milhões de votantes, segundo dados anteriores da Comissão Nacional de Eleições.

Os eleitores moçambicanos vão escolher 65 novos autarcas em 11 de outubro, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam a 53 já existentes.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove - a Renamo em oito e o MDM em uma.

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