"De recuperação porque as agências de viagens tiveram este ano, de um modo geral, uma boa demonstração de resultados, nalguns casos, a melhor de sempre. De reconfirmação, porque foi também um ano em que o setor das agências de viagens se revelou altamente competitivo, batendo recordes de emissão de passagens aéreas regulares, aumentando a influência na operação de lazer dos portugueses, com novos destinos e mais operações charter, aumentando a capacidade de trazer eventos e turistas para todos os cantos do nosso país", afirmou no discurso de aberura do 48.º congresso da APAVT, no Porto.

Pedro Costa Ferreira lembrou que da mais difícil página da história recente, a crise pandémica, reergueu-se um setor, "cuja importância para o consumidor aumentou durante os anos do medo".

Uma situação que, na opinião do presidente da APAVT acontece porque, mesmo existindo cada vez mais empresas a atraírem e a falarem de forma direta ao cliente, "são os agentes de viagens" que estão junto destes de forma permanente: "que os atendem às três da manhã quando todos os outros falham, que os reembolsam quando toda a cadeia de valor fica a dever, que num mundo cada vez mais incerto, estão mais próximos e disponíveis, a cada surpresa e contrariedade".

"Sim, 2023 foi um ano de recuperação e de reconfirmação, para as agências de viagens, que se reergueram", sublinhou perante uma plateia com mais de 770 congressistas do setor.

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) voltou hoje ao Porto, mais de duas décadas depois, para realizar o 48.º congresso e com foco nos desafios da Inteligência Artificial no setor.

Em declarações à Lusa, o presidente da APAVT disse que esta grande afluência de agentes ligados ao setor do turismo é uma "fantástica manifestação de energia, após a ainda tão recente crise pandémica".

Já sobre o significado deste regresso dos agentes de viagens à Invicta para realizar a reunião anual magna da associação, o responsável referiu que "é o casamento de um desejo da APAVT em voltar, desde que, há vinte e dois anos", realizou nesta cidade o último congresso "e da vontade da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal", que "moveu montanhas para ter este evento na cidade do Porto".

O congresso deste ano, que decorre até sábado, tem como tema a "Inteligência Artificial, a Revolução do Século XXI".

"Esperamos um encontro pleno de vitalidade, onde se reencontrará, uma vez mais, todo o setor turístico, olhando o futuro. Em especial, esperamos ajudar os empresários a olhar para desafio da inteligência artificial com otimismo e sentido estratégico", acrescentou Pedro Costa Ferreira à Lusa.

Questionado sobre a conjuntura, mais uma vez difícil - não só de inflação, juros altos, dois conflitos internacionais, mas também de uma crise política -, o presidente da APAVT diz que "certamente" os profissionais reunidos no Porto irão debater "como reagir", aos acontecimentos em Portugal que "destroem valor e adiam decisões essenciais para a economia do país".

"Com sinceridade, esperamos sair reforçados, otimistas e prontos para continuar a criar valor, ajudando o país a crescer", concluiu Pedro Costa Ferreira à Lusa.

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