Por volta das 11:00, o coordenador nacional do Stop, sindicato que convocou a paralisação, tinha apenas a indicação do encerramento de um estabelecimento de ensino: A Escola Básica 2/3 de Azeitão não abriu hoje as portas e os alunos ficaram sem aulas.

"Neste momento ainda não recebi nenhum feedback, mas a adesão deverá aumentar ao longo dos dias. Muitas escolas vão começar no final da semana ou no início da próxima", contou à Lusa o coordenador nacional do Stop, André Pestana.

Professores e trabalhadores não docentes estão novamente abrangidos por mais uma greve, que terminará a 29 de novembro, desta vez contra o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

Para André Pestana, o "terramoto político" da última semana, com a demissão do Governo, levantou dúvidas quanto à realização da greve: "Quando o Sr. Presidente da República aceitou a demissão, as pessoas acharam, durante algum tempo, que seria expectável não haver votação do OE e isso gerou algumas dúvidas nas escolas sobre se iria continuar de pé a greve".

O sindicato esteve reunido no fim de semana para avaliar a possibilidade de suspender a iniciativa, mas decidiu manter a paralisação.

O Stop critica a proposta de OE2024 para o setor da educação, considerando que "não investe, efetivamente, na escola pública, nem na dignificação de todos os que lá trabalham e estudam".

Além da greve de duas semanas e meia, o STOP está a apelar "para que no dia 29 de novembro todos participem na concentração e protesto nacional que se irá realizar em frente à Assembleia da República, no dia da votação final do orçamento. Será uma demonstração de que a luta vai continuar".

"O OE continua em votação e discussão e, por isso, faz todo o sentido continuar a lutar para que o OE reflita um reforço na escola pública. Estas greves servem também para avisar que, venha quem vier, seja mais à direita ou mais à esquerda, esta luta não irá parar", acrescentou André Pestana.

No mês passado, André Pestana explicou que a paralisação foi decidida entre mais de 100 comissões de greve e será organizada em cada escola e agrupamento, como no ano letivo anterior, através dos fundos de greve.

Além da greve, está também agendada uma manifestação nacional para dia 18 de novembro, entre o Ministério da Educação e a Assembleia da República.

SIM (MCA) // FPA

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