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Newsletter diária • 06 out 2023

 
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Mahammadi, o Nobel da paz para uma mulher que consegue ser vocal mesmo silenciada

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

Foi há pouco mais de um ano que Mahsa Jina Amini, foi morta quando se encontrava sob custódia da polícia da moralidade iraniana. A luta que até então era das mulheres iranianas ganhou som e chegou ao ocidente. Mas sempre a custo das corajosas iranianas que levaram a cabo uma das maiores manifestações políticas contra o regime teocrático do Irão desde que este chegou ao poder em 1979. Sob o lema "Mulher - Vida - Liberdade", centenas de milhares de iranianos participaram em protestos pacíficos contra a brutalidade e a opressão das mulheres por parte das autoridades.

As contas foram duras, ao longo do protestos - sempre reprimidos pelo Governo - mais de 500 manifestantes foram mortos, milhares de pessoas ficaram feridas, incluindo muitas que ficaram cegas devido às balas de borracha disparadas pela polícia. Pelo menos 20 000 pessoas foram detidas e mantidas sob custódia do regime.

Por isso, um ano depois o Nobel da paz ser entregue a Narges Mohammadi é mais que simbólico, é mais que um prémio de compensação. Desde 2003, tem estado envolvida com o Centro de Defensores dos Direitos Humanos em Teerão, uma organização fundada por Shirin Ebadi, também vencedora do Prémio Nobel da Paz. E, em 2011, começou o seu entra e sai de prisões e centros de detenção Desde 2013 que se tem dedicado  a uma campanha contra a aplicação da pena de morte, tendo esta feito com que fosse presa novamente. Mas nunca silenciada. A partir da prisão tem sido uma sonora voz que escapa pelas grades da opressão, mesmo tendo sido proibida de receber telefonemas e visitas.

O Prémio Nobel da Paz 2023 atribuído a Narges Mohammadi pretende reconhecer "as centenas de milhares de pessoas que, no ano passado, se manifestaram contra as políticas de discriminação e opressão do regime teocrático do Irão contra as mulheres", explicou o Comité do Nobel durante o anúncio da escolha.

 
 
 
 

 
 

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